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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mais um modelo de recurso disciplinar

Um amigo me enviou um modelo de recurso disciplinar que me chamou a atenção, não pelo recurso em si, mas como ele tramitou. O militar foi punido pela Corregedoria e, considerando injusta a punição, impetrou recurso ao Sr. Cel PM Chefe do Estado-Maior, o qual deu provimento parcial ao recurso. Após a publicação em BGPM Reservado, os autos foram reencaminhados à Corregedoria, provavelmente para serem enviados para a Unidade do militar, a fim de que este fosse cientificado. Mas olha que estranho. A Corregedoria, não aceitando a decisão do Sr. Chefe do Estado-Maior, fez um recurso ao Exmo. Sr. Cel PM Comandante-Geral, pleiteando que a decisão do Estado-Maior fosse anulada e que a punição que ela aplicou fosse mantida integralmente. Atualmente, o militar pode interpor recurso em duas instâncias, ambas com efeito suspensivo (o MAPPA, que irá substituir o MAPPAD, prevê efeito suspensivo apenas na primeira instância). Dessa forma, no caso em questão, a quem o militar deveria recorrer em segunda instância, ao Exmo. Sr. Comandante-Geral ou ao Exmo. Sr. Governador? Realmente, não sei. No caso citado, o militar dirigiu o recurso ao Exmo. Sr. Comandante-Geral, mas não sei se está correto. Vale a pena ler.

sábado, 22 de maio de 2010

Modelo de Recurso Disciplinar - Tese da Prescrição

Estou disponibilizando para download um modelo de recurso disciplinar rebatendo, refutando, deconstruindo, derrubando a tese da prescrição quinquenal formulada pelo Comando.

Como já deve ser do conhecimento de quase todos, o Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG) já tem entendimento pacífico que as transgressões disciplinares que não acarretam exclusão do serviço público prescrevem em dois anos, a contar da data do fato até a efetiva punição do servidor, com ativação da perda da pontuação e cumprimento da sanção disciplinar (advertência, repreensão, prestação de serviço, suspensão, etc). Porém o Comando diverge de tal entendimento do Poder Judiciário, firmando-se na prescrição de cinco anos.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Razões escritas de defesa e Uso de aeronaves não tripuladas

O Sd PM Marcelo F. Chagas me enviou para publicação um modelo de razões escritas de defesa. Disse que é visitante assíduo do Universo Policial e que divulga o blog para os companheiros. O Sr. Cap PM Arlindo Bastos também me enviou um arquivo para publicação. Trata-se de uma monografia sobre o uso de veículos aéreos não tripulados (VANT), apresentada na conclusão do Curso de Especialização em Segurança Pública da Polícia Militar do Estado da Bahia (CESP/2009). O trabalho recebeu o conceito MB da banca examinadora. De acordo com o oficial, os VANTs deverão em um futuro próximo complementar as aeronaves de asas rotativas nas diversas atividades desempenhadas pelas polícias (civis e militares) e corpos de bombeiros do Brasil.

Portanto, abaixo estão os links para baixar os citados arquivos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

Modelo de relatório de recompensa

Atendendo aos muitos pedidos que nos são feitos, disponibilizamos para download um modelo de relatório de recompensa no formato/extensão .doc (Word). Clique no link para baixar:
Na Polícia Militar de Minas Gerais - PMMG -, a concessão de recompensas é disciplinada pelo Decreto nº 42.843/02 e pela Instrução de Recursos Humanos nº 232/02. De acordo com os documentos normativos, a concessão de recompensas deve observar os princípios da proporcionalidade, individualidade, oportunidade, merecimento e justiça.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Recurso Disciplinar - Modelos em formato Word

Recebo muitos e-mails de leitores do blog me pedindo orientações sobre como se defender em procedimentos administrativo-disciplinares. Responder a essa questões é muito difícil, porque é preciso ler os autos para ter uma visão completa do caso e para desvendar detalhes cruciais para a defesa técnica.

Eu tenho o projeto de um dia elaborar um manual de defesa técnica em procedimentos administrativos, mas enquanto esse projeto não sai da cabeça, coloco a disposição dos leitores do Universo Policial os modelos de recursos disciplinares abaixo, que estão disponíveis para serem baixados em formato Word (extensão .doc).

domingo, 26 de abril de 2009

Processos e procedimentos administrativos instaurados em decorrência de denúncias anônimas, apócrifas, levianas, infundadas, absurdas...

É completamente desarrazoado instaurar procedimentos administrativos com base única em denúncias anônimas ou apócrifas. O servidor público, civil ou militar, não é menos cidadão que ninguém.

Pela doutrina do Direito, peças/documentos anônimos ou apócrifos (sem assinatura ou de autoria não confirmada) não podem ser incorporados, formalmente, ao processo, salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extorsão mediante seqüestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que materializem o crime.)

Se algum documento anônimo foi incorporado ao processo, este, em tese, encontra-se viciado porque a Constituição, em seu artigo 5º, inciso LVI, dispõe que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.

É bom lembrar que a Constituição também proíbe o anonimato, daí derivando a premissa de que documentos anônimos e/ou apócrifos constituem-se prova ilícita. Diz o artigo 5º, inciso IV: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.

Seria muito fácil atormentar a vida de um funcionário público se valendo do anonimato. Tomemos como exemplo o caso hipotético de um policial que estivesse combatendo com vigor o transporte clandestino. Imagine se todos aqueles atingidos pela fiscalização rígida desse policial resolvessem, anônima e impunemente, denunciá-lo por uma série de crimes que ele não praticou. A vida desse policial seria um tormento, atulhada por uma infinidade de processos administrativos ou inquéritos. E com a gravosa e extremamente deletéria conseqüência de o policial nem poder processar por denunciação caluniosa aqueles que o delataram leviana, vingativa e infundadamente. Nem poderia o policial requerer na Justiça a indenização por danos morais ou materiais. Afinal, nem se sabe quem o delatou.

Portanto, é um absurdo a instauração de procedimentos administrativos com base única em denúncias anônimas ou apócrifas. Precisamos nos mobilizar para acabar com essa praga, que está destruindo a reputação de profissionais sérios e comprometidos, e maculando a imagem da Administração Pública.

Bom, depois desse desabafo, gostaria de lhes mostrar parte de um relatório de sindicância que elaborei, mas que ainda não usei, combatendo esses tipos de denúncias, na grande maioria das vezes infundadas, levianas, vingativas, que tem o único escopo de macular a vida do bom profissional.

Analisando os autos, conclui-se que a Sindicância foi instaurada em decorrência de uma denúncia apócrifa, de autenticidade não provada, visto que foi feita via telefone, sem assinatura do queixoso.

Ouvido formalmente nos autos, o queixoso negou a denúncia, dizendo que não foi ameaçado, constrangido ou acusado de furto por nenhum policial, e que tudo não passou de um grande mal entendido. Diante disso, encerrei os procedimentos apuratórios, haja vista que vislumbrei má-fé e atitude temerária do queixoso quando ele supostamente denunciou via telefone o “Soldado Operacional”, narrando fatos tipificados como crimes (ameaça, constrangimento ilegal e calúnia). Se o queixoso confirmasse o teor da denúncia e, ao final do procedimento, sendo esses fatos cabalmente provados inverídicos, o queixoso poderia incorrer na prática do crime de denunciação caluniosa previsto no artigo 339 do Código Penal:

Código Penal, Art. 339 - Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

Negando formalmente os fatos, o queixoso foi amparado pelo dispositivo legal do arrependimento eficaz, previsto no artigo 15 do Código Penal.

Código Penal, Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Além dos indícios de má-fé, encerrei os procedimentos apuratórios tendo em vista que julguei não existir objeto para apuração. Ademais, quando o queixoso negou os fatos, exauriu-se a finalidade do procedimento.

A lei 14.184/2002, que dispõe sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual, preceitua, em seu artigo 49, que é direito do interessado, no caso o queixoso, de desistir total ou parcialmente do pedido formulado:

Lei Estadual 14.184/2002, Art. 49 - O interessado pode desistir total ou parcialmente do pedido formulado, ou, ainda, renunciar a direito, em manifestação escrita.

Julgo que o servidor público, civil ou militar, não pode sofrer gravame em sua honra e imagem em razão de denúncias anônimas e apócrifas. Denúncias muitas vezes abusivas, gratuitas, genéricas, levianas ou com intuito de vingança. Denúncias desse tipo podem suscitar custosos e desgastantes processos e procedimentos administrativos, causando lesão à honra, a dignidade e a imagem dos servidores e da própria Administração Pública.

É certo que a Administração tem o dever de apurar as denúncias das quais tomar conhecimento. Contudo, é imprescindível ter o devido cuidado para que denúncias apócrifas e genéricas não denigram a estabilidade funcional e emocional dos servidores que são alvos de expedientes administrativos. É imperioso tomar o zelo para que procedimentos administrativos baseados em denúncias anônimas não sejam instrumentos para vilipendiar a imagem e a distinção de servidores que assumiram o compromisso de cumprir a missão mesmo com o sacrifício da própria vida. Precauções devem ser adotadas para que indivíduos inescrupulosos não empreguem, anônima e impunemente, todo tipo de difamação e calúnia contra servidores públicos, para que estes não sofram o constrangimento da instauração de sindicâncias e processos administrativo-disciplinares, procedimentos cujo conteúdo termina por se refletir publicamente, com irreparável gravame ao profissional ilegalmente acusado. É prudente evitar que a vida funcional do servidor seja um constante transtorno atulhado por uma insegurança jurídica. Não é justo desassossegar qualquer cidadão por uma suposta eventual infração da qual ele, talvez, tenha participado.

Outrossim, é sabido que a atividade policial é inerentemente invasiva e repressiva. Dessa forma, é natural que, num primeiro momento, as pessoas se sintam tolhidas de seus direitos pelo policial que, no exercício regular do direito e no estrito cumprimento do dever legal, aplicou-lhe uma multa, que o abordou, que o prendeu, que o inquiriu sobre fatos criminosos, etc. Portanto, é preciso ter o devido discernimento ao receber denúncias, sobretudo anônimas ou apócrifas, contra policiais, porquanto, por trás das denúncias, podem existir pessoas mal-intencionadas, de má-fé e até criminosos que têm o objetivo de prejudicar o profissional sério e comprometido com a missão, ou de denegrir-lhe a honra e imagem.

Constituição Federal, artigo 5º, inciso X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Histórico de BO / Boletim de Ocorrência



Criei este conto com o objetivo de passar algumas informações, fruto de minha experiência profissional, sobre elaboração de histórico de boletins de ocorrência. Qualquer dúvida, use o campo de comentários no final da página.


Histórico de BO
  • José Ricardo
Mais de três horas de rastreamento. Subimos e descemos becos de favela, perseguimos motocicleta, muitas abordagens. O turno foi agitado, pois um dos líderes da quadrilha que dominava o tráfico de drogas no Morro do Kid fora morto. O restante da quadrilha jurava vingança, o que significava muito trabalho para a equipe do turno seguinte.
Com as fardas molhadas de suor, eu e o Soldado Brucis estávamos sentados na frente do computador.
- Sargento, este histórico de ocorrência eu quero ver o senhor fazer – Brucis me falou, animado.
- Beleza. Vai demorar um pouco, em razão dos muitos dados que não podemos deixar de constar. Mas esta ocorrência não é muito diferente das demais. Em todo boletim de ocorrência, é necessário responder a algumas perguntas: Onde? Quando? Quem? Como? Por quê? Resultado? Ah, também é importante justificar e fundamentar nossas ações, como no caso de apreensão de objetos.
- Como começar o histórico, sargento?
- Vamos aprender fazendo – Abri a página de histórico e comecei a digitar – Você pode narrar os fatos na seqüência em que se sucederam ou a partir do momento em que você tomou conhecimento. Normalmente, eu opto pela segunda opção. Nesta ocorrência, eu vou começar assim. “Por volta das 03h30min, a Central de Comunicações nos transmitiu que”.
Brucis me interrompeu.
- Sargento, mas esta informação, de como fomos acionados, já consta na primeira parte da ocorrência...?
- Sim. Verdade. Porém, pensa só. Imagine um julgamento de homicídio. Qual parte da ocorrência você acha que o promotor ou o advogado vão ler para o júri? Você tá pensando que eles ficam lendo nome dos pais dos envolvidos, identidade, endereço, chassi de veículo... Em todos os julgamentos que assisti, eles só leram o histórico da ocorrência. Por isso, todas as informações que eu julgo importantes eu consto também no histórico, mesmo que já estejam em outro campo.
- Entendi, sargento.
- Beleza. Continuando. “... a central de comunicações nos transmitiu que, segundo diversas solicitações, um indivíduo estaria caído na Rua Woofer, 66, Morro do Kid, perdendo muito sangue, pois fora esfaqueado durante uma luta corporal com um outro indivíduo.” Constei essas informações para quem ler ter a mesma noção do que sabíamos antes de chegar ao local. Agora, vou colocar a situação com a qual deparamos. “Comparecemos ao local, contudo a vítima não se encontrava mais ali, visto que fora socorrida por populares até o Pronto Socorro Central. Os circunstantes apenas nos relataram que o autor seria um cidadão conhecido pela alcunha de Zé Mix. Enquanto outras guarnições procuravam o autor, comparecemos ao Pronto Socorro, onde o médico de plantão nos relatou que a vítima já deu entrada naquele hospital sem sinais vitais, apresentando cerca de sete perfurações no abdome e nas costas, estando as vísceras expostas.”
- Sargento, e sobre o autor?
- Vamos falar sobre ele agora. “Segundo as testemunhas, as quais socorreram a vítima e presenciaram o fato criminoso, um indivíduo conhecido por Zé Mix, de cor clara, cabelos lisos, altura mediana, residente na Rua Z, 94, Morro do Kid, mototaxista, teria se desentendido com a vítima porque esta teria agredido um menino há alguns dias; que, após uma inflamada discussão, autor e vítima entraram em luta corporal, tendo o autor sacado uma faca da cintura e desferido diversos golpes contra a vítima, a qual perdeu os sentidos e ficou caída na Rua Woofer, momento em que o autor aproveitou para evadir de posse do instrumento utilizado no crime.”
- Duas dúvidas, sargento. Uma, é sobre esse dois pontos e que (; que...). A outra, é sobre a motivação do crime. As testemunhas foram muito vagas neste ponto, e, pelo que conhecemos do local e da própria vítima, o crime pode ter relação com o tráfico de drogas.
- Sobre os dois pontos e que (; que...), é muito usado em termos de depoimento, tanto em processos administrativos quanto em processos judiciais. Serve para indicar que o relato das pessoas ouvidas ainda não terminou. Em vez de escrever “A testemunha disse ainda que...”, ou “ A testemunha disse também que...”, escreve-se somente “; que...; que...; que...; que...”. Quanto ao crime ter relação com o tráfico de drogas, nós não podemos afirmar, mas também não podemos omitir essa possibilidade. Então, eu vou constar o que sabemos. “Ainda, de acordo com as testemunhas, o autor, no momento do crime, estava de posse de dois papelotes de crack. As testemunhas não souberam dizer se era para consumo próprio ou para a venda. O local onde ocorreu o crime é conhecido como ponto de comércio de entorpecentes, e a vítima é suspeita de pertencer a quadrilha que domina o tráfico de drogas no Morro do Kid, inclusive, segundo sistema de prontuários criminais, já foi condenada judicialmente pelos crimes de tráfico de drogas, roubo e tentativa de homicídio.” Pronto, não falamos que o crime tem relação com o tráfico de drogas; deixamos para a consciência de cada um.
- E sobre o a rastreamento, a motocicleta...?
- Vamos devagar com o andor que o santo é de barro. “Durante rastreamento, dois indivíduos que estavam na motocicleta apreendida (CG TITAN de cor vermelha, placa HHH-9999), evadiram em alta velocidade, desrespeitando as sinalizações de trânsito e as regras de circulação, assim como colocando a vida dos transeuntes em perigo. Efetuamos o acompanhamento da motocicleta, tendo os ocupantes desembarcado na Rua Z e, em seguida, evadido a pé, momento em que também desembarcamos da viatura e fomos no encalço dos indivíduos. Estes adentraram na casa de número 94 da mesma rua, imóvel que, segundo as testemunhas, pertence ao autor do crime. Ante o estado de flagrante delito, adentramos no imóvel, contudo não conseguimos localizar os indivíduos, pois estes pularam o muro dos fundos da residência e fugiram para o interior do aglomerado, local com grande concentração de becos e vielas. A casa do autor encontrava-se toda revirada, com praticamente todos os móveis quebrados. Nas proximidades da residência, abordamos alguns menores, os quais nos relataram que havia rumores de que a quadrilha que domina o tráfico de drogas no aglomerado iria vingar a morte da vítima. Os menores nada disseram sobre os danos na casa do autor. Depreende-se, contudo, que já seja um ato de vingança pela morte da vítima.”
- Sargento, quando nosso comandante ler essa última parte que o senhor digitou ele já vai saber que vai ter problema nas próximas horas, talvez até durante alguns dias. Os vagabundos com certeza vão querer vingança.
- É bom já deixar avisado. Quando o capitão chegar, ele vai ler a ocorrência e já vai ficar sabendo que vai ter problemas durante o dia. Vamos continuar. Como eu te falei, é importante fundamentar nossos atos. O Código de Processo Penal diz que os objetos que tiverem relação com o crime devem se apreendidos, correto? Então... “Pelas circunstâncias narradas, a motocicleta tem relação com o crime e, considerando ainda o crime de direção perigosa praticado pelo condutor, ela foi apreendida, removida pelo Socorro Multicar e encaminhada ao Pátio Supermotors, sendo lavrado o auto de infração de número 0001.”
- Sargento, falta colocar que o autor não foi localizado.
- “Apesar do intenso rastreamento realizado pela nossa viatura e pelas viaturas do setor, o autor não foi localizado; os dados dele foram obtidos com seu irmão, o envolvido 06, sendo este orientado a tentar entrar em contato com o autor para que ele se entregue.”
- Sargento, falta alguma coisa?
- Falta apenas dizer que continuamos no rastreamento, ou melhor, no encalço do autor para, caso ele seja encontrado, ainda persista o flagrante delito, artigo 301 do CPP. “Não obstante, as viaturas do turno já estão informadas sobre o crime e continuam no rastreamento e no encalço do autor.” Então, ficou assim o histórico da ocorrência:
Por volta das 03h30min, a Central de Comunicações nos transmitiu que, segundo diversas solicitações, um indivíduo estaria caído na Rua Woofer, 66, Morro do Kid, perdendo muito sangue, pois fora esfaqueado durante uma luta corporal com outro indivíduo. Comparecemos ao local, contudo a vítima não se encontrava mais ali, visto que fora socorrida por populares até o Pronto Socorro Central. Os circunstantes apenas nos relataram que o autor seria um cidadão conhecido pela alcunha de Zé Mix. Enquanto outras guarnições procuravam o autor, comparecemos ao Pronto Socorro, onde o médico de plantão nos relatou que a vítima deu entrada naquele hospital sem sinais vitais, apresentando cerca de sete perfurações no abdome e nas costas, estando as vísceras expostas. Segundo as testemunhas, as quais socorreram a vítima e presenciaram o fato criminoso, um indivíduo conhecido por Zé Mix, de cor clara, cabelos lisos, altura mediana, residente na Rua Z, 94, Morro do Kid, mototaxista, teria se desentendido com a vítima porque esta teria agredido um menino há alguns dias; que, após uma inflamada discussão, autor e vítima entraram em luta corporal, tendo o autor sacado uma faca da cintura e desferido diversos golpes contra a vítima, a qual perdeu os sentidos e ficou caída na Rua Woofer, momento em que o autor aproveitou para evadir de posse do instrumento utilizado no crime. Ainda, de acordo com as testemunhas, o autor, no momento do crime, estava de posse de dois papelotes de crack. As testemunhas não souberam dizer se era para consumo próprio ou para a venda. O local onde ocorreu o crime é conhecido como ponto de comércio de entorpecentes, e a vítima é suspeita de pertencer a quadrilha que domina o tráfico de drogas no Morro do Kid, inclusive, segundo sistema de prontuários criminais, já foi condenada judicialmente pelos crimes de tráfico de drogas, roubo e tentativa de homicídio. Durante rastreamento, dois indivíduos que estavam na motocicleta apreendida (CG TITAN de cor vermelha, placa HHH-9999), evadiram em alta velocidade, desrespeitando as sinalizações de trânsito e as regras de circulação, assim como colocando a vida dos transeuntes em perigo. Efetuamos o acompanhamento da motocicleta, tendo os ocupantes desembarcado na Rua Z e, em seguida, evadido a pé, momento em que também desembarcamos da viatura e fomos ao encalço dos indivíduos. Estes adentraram na casa de número 94 da mesma rua, imóvel que, segundo as testemunhas, pertence ao autor do crime. Ante o estado de flagrante delito, adentramos no imóvel, contudo não conseguimos localizar os indivíduos, pois estes pularam o muro dos fundos da residência e fugiram para o interior do aglomerado, local com grande concentração de becos e vielas. A casa do autor encontrava-se toda revirada, com praticamente todos os móveis quebrados. Nas proximidades da residência, abordamos alguns menores, os quais nos relataram que havia rumores de que a quadrilha que domina o tráfico de drogas no aglomerado iria vingar a morte da vítima. Os menores nada disseram sobre os danos na casa do autor. Depreende-se, contudo, que já seja um ato de vingança pela morte da vítima. Pelas circunstâncias narradas, a motocicleta tem relação com o crime e, considerando ainda o crime de direção perigosa praticado pelo condutor, ela foi apreendida, removida pelo Socorro Multicar e encaminhada ao Pátio Supermotors, sendo lavrado o auto de infração de número 0001. Apesar do intenso rastreamento realizado pela nossa viatura e pelas viaturas do setor, o autor não foi localizado; os dados dele foram obtidos com seu irmão, o envolvido 06, sendo este orientado a tentar entrar em contato com o autor para que ele se entregue. Não obstante, as viaturas do turno já estão informadas sobre o crime e continuam no rastreamento e no encalço do autor.”
- Ficou bom, sargento.
- Espero que sim. Poderia ficar menor. Por exemplo, se narrarmos na seqüência em que os fatos se sucederam e omitirmos os dados que já constam em outros campos da ocorrência, poderia ficar assim:
“Segundo as testemunhas, autor e vítima se desentenderam por motivos banais e, após uma inflamada discussão, o autor sacou uma faca e desferiu diversos golpes contra a vítima; em seguida, evadiu de posse do instrumento do crime. A vítima foi socorrida pelas testemunhas até o Pronto Socorro Central, contudo, segundo o médico de plantão, já deu entrada naquele hospital sem vida, apresentado cerca de sete perfurações no abdome e nas costas. Durante rastreamento, dois indivíduos que ocupavam a motocicleta apreendida evadiram em alta velocidade da nossa guarnição, sendo prontamente perseguidos. Os indivíduos abandonaram a motocicleta na Rua Z e adentraram na casa de número 94 da mesma rua, imóvel que pertence ao autor. Os indivíduos fugiram pelos fundos da residência, não sendo mais vistos. A casa encontrava-se toda revirada e com os móveis quebrados, provavelmente por um ato de vingança pela morte da vítima. A motocicleta foi apreendida por ter relação com o crime e pela prática de direção perigosa, sendo encaminhada ao Pátio Supermotors. Foi lavrado o auto de infração de número 0001. O autor não foi localizado, mas continuamos nos rastreamento e no encalço dele.”
- Dá pra entender também, sargento.
- Verdade. Histórico de ocorrência é assim. Cada um faz de um jeito. Se eu fosse escrever de novo, ficaria diferente. Se outro policial fizesse, ele narraria os fatos de forma diferente. O papo tá bom, mas vamos logo registrar a ocorrência na delegacia que já passou do nosso horário.


Nota: Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, fatos e lugares são frutos da imaginação do autor e usados de modo fictício. Qualquer semelhança com fatos reais ou qualquer pessoa, viva ou morta, é mera coincidência.


"É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença” - Inciso IX do artigo 5º da Constituição Federal.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Modelo de autorização de busca domiciliar

O  inciso XI do artigo 5º da Constituição Federal dispõe: "A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial."

Infere-se, portanto, que não existe ilicitude no fato de adentrar na casa com o consentimento do morador. Pensando nisso e, para resguardar a atuação policial, criei o modelo abaixo de autorização de busca domiciliar.


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BO Nº. _ _ _ _ _ _ _                                      Fls _ _ _ _ _ _ _
POLÍCIA
MILITAR

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE BUSCA


Eu, _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ , ciente do direito constitucional de inviolabilidade do meu domicílio/estabelecimento comercial, autorizo que o _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _e sua equipe realize, nesta data, diligência de busca em minha casa/estabelecimento comercial, situada(o) na _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ nº. _ _ _ _ _ , Bairro: _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _, Cidade: _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _, Estado de _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _. Autorizo ainda _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ .

OBSERVAÇÕES: _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _
Por ser verdade, eu (morador) e as pessoas abaixo qualificadas adiante assinamos.
MORADOR/RESPONSÁVEL LEGAL SUPRACITADO, filho de _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ e _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ , com _ _ _anos de idade, residente no endereço retromencionado. Telefone: _ _ _ _ _ _ _ _ _.
Assinatura: _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ RG: _ _ _ _ _ _ _SSP/_ _ _ __

1ª Testemunha:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _com a profissão de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, residente na _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _nº. _ _ _ _ Apto: _ _ _ _ , Bairro:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , Cidade: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, Estado: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _. Telefone: _ _ _ _ _ _ _ _ _ .
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _
   Assinatura                   RG: _ _ _ _ _ _ _ _ _  SSP/ _ _ _ _ _ _ _ _ _
(  ) Tudo viu e assistiu     (  )De tudo tomou conhecimento

2ª Testemunha:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _com a profissão de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, residente na _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _nº. _ _ _ _ Apto: _ _ _ _ , Bairro:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , Cidade: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, Estado: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _. Telefone: _ _ _ _ _ _ _ _ _ .
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
   Assinatura                   RG: _ _ _ _ _ _ _ _ _  SSP/ _ _ _ _ _ _ _ _ _
(  ) Tudo viu e assistiu     (  )De tudo tomou conhecimento


EXECUTOR: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Posto/Graduação _ _ _ _ _ _ _ Nº. PM _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Assinatura _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Modelo de auto de busca e apreensão domiciliar

Sobre a busca domiciliar, o § 7º do artigo 245 do Código de Processo Penal (CPP) determina: "Finda as diligências, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º."
Pensando nisso, criei o modelo abaixo.

* * *



BO Nº. _ _ _ _ _ _                                                          Fls _ _ _ _ _
POLÍCIA

MILITAR


AUTO CIRCUNSTANCIADO DE BUSCA E APREENSÃO



Aos _ _ _ _ dias do mês de _ _ _ _ do ano de _ _ _ _, nesta cidade de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , Estado de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , às _ _ _ _:_ _ _ _ horas, em cumprimento ao mandado de busca e apreensão _ _ _ _ _ _ _expedido pelo(a)_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ efetuamos, com as devidas formalidades legais, os procedimentos de praxe de busca e apreensão na residência do Sr._ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , situada na _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ nº._ _ _ _ _ Apto:_ _ _ _, Bairro: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, Cidade: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , Estado de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . No curso da busca domiciliar, nós, executores, adotamos providências para resguardar os bens, valores e numerários existentes no local, preservar a dignidade e evitar constrangimentos desnecessários aos moradores. Resultante desta diligência de busca e apreensão, foram apreendidos os seguintes objetos ou coisas: 
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.

OBSERVAÇÕES:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.

Do que para constar, lavrei o presente auto, que assino com as testemunhas qualificadas abaixo, as quais a tudo presenciaram e assistiram.


1ª Testemunha:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _com a profissão de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, residente na _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _nº. _ _ _ _ Apto: _ _ _ _ , Bairro:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , Cidade: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, Estado: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _. Telefone: _ _ _ _ _ _ _ _ _ .
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _
   Assinatura                   RG: _ _ _ _ _ _ _ _ _  SSP/ _ _ _ _ _ _ _ _ _

2ª Testemunha:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _com a profissão de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, residente na _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _nº. _ _ _ _ Apto: _ _ _ _ , Bairro:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , Cidade: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _, Estado: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _. Telefone: _ _ _ _ _ _ _ _ _ .
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
   Assinatura                   RG: _ _ _ _ _ _ _ _ _  SSP/ _ _ _ _ _ _ _ _ _



EXECUTOR: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Posto/Graduação _ _ _ _ _ _ _ Nº. PM _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 
Assinatura _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

sábado, 4 de outubro de 2008

Recurso contra prova de redação

RECURSO ADMINISTRATIVO CONTRA RESULTADO DA PROVA DE REDAÇÃO

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Introdução
Eu sempre escrevo pensando na correção gramatical, utilizando o vernáculo em sua forma normativa. A gramática, porém, permite certa discricionariedade ao escritor e, dentro dessa discricionariedade, procuro escrever com harmonia, dispondo as palavras e sinais de pontuação de tal maneira que o período se imponha pelo ritmo, equilíbrio e melodia. Tento ainda fazer com que meus textos tenham clareza, a fim de evitar duplicidade de interpretações.
O que faz a beleza da língua é a eufonia, a musicalidade, o valor expressivo e tudo quanto a transforma em arte e patrimônio cultural de um povo.
 
1 - Ponto descontado na linha 6 (seis) referente à pontuação
Supõe-se que o ponto foi descontado em razão de não ter sido utilizado vírgula antes do verbo “participando”, que inicia uma oração reduzida adverbial modal. Entretanto, o uso da vírgula nesse caso é desnecessário, tendo em vista que a oração adverbial modal “participando de projetos comunitários” não está deslocada, ou seja, encontra-se depois da oração principal “o policial militar pode aplicar os conceitos de democracia”. O uso da vírgula, nesse caso, até prejudicaria a eufonia do período. Seria necessário o uso da vírgula caso a oração adverbial estivesse deslocada (anteposta ou intercalada). Exemplo:
“O policial militar, em seu trabalho comunitário por natureza, participando de projetos comunitários, pode aplicar os conceitos de democracia...”
 
  • Referência bibliográfica:Na página 388 do livro indicado (Nossa Gramática Contemporânea - Teoria e Prática), item 15, o autor afirma que a vírgula é utilizada para “separar termos ou orações que, deslocados, quebram uma seqüência sintática. Exemplos do livro:
“Comunicamos-lhes que, a partir desta data, atenderemos em novo endereço.”
“O ministro, segundo recomendação médica, deve permanecer em repouso absoluto.”
 
Nas páginas 288 e 289 do livro indicado, discorrendo sobre as orações subordinadas, o autor apresenta alguns exemplos de orações adverbiais situadas em sua ordem natural, depois da principal, sem o uso da vírgula. Veja alguns exemplos:
 
“Filipe julga que vale muito porque é bonito.”
“Nada valoriza o homem quanto a honestidade”.
“Não saia daqui sem que eu lhe chame.
“Que seja tudo como Deus quiser!”
“Devemos escrever consoante prescreve a ortografia oficial.”
“A gente vive somente enquanto ama.”
“Falta pouco que a noite caia.”
“A estrela era bem vista ao passo que o Sol se punha no horizonte.”
 
  • Outras referências bibliográficas:Maria Tereza de Queiroz Piacentini, licenciada em letras, mestra em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina, autora do livro “Só Vírgulas - Método fácil em vinte lições”, no site Língua Brasil - Instituto Euclides da Cunha (http://www.linguabrasil.com.br), ensina:
(...) “quando o gerúndio denota MEIO, MODO ou INSTRUMENTO – respondendo, portanto, à pergunta COMO? –, não se usa a vírgula, pois aqui se trata de uma oração subordinada na sua ordem normal, que é depois da principal.”
(...) “Podemos afirmar também que a ausência da vírgula diante do gerúndio (ou oração gerundial) é a regra em qualquer tipo de oração adverbial na sua ordem habitual, isto é, depois da oração principal, não anteposta nem intercalada.”
A mestra também cita alguns exemplos acerca de orações adverbiais modais:
“Esse fato contribui ainda mais para afastá-lo da sua missão de eliminar conflitos realizando a justiça.” (grifo nosso)
“O Direito deve retomar o seu papel de instrumento de ordenação respondendo às convenções morais.” (grifo nosso)
 
2 - Ponto descontado na linha 9 (nove) referente à pontuação
Supõe-se que o ponto foi descontado em razão de não ter sido utilizado vírgula antes da conjunção subordinativa “se”, que inicia uma oração adverbial condicional. Entretanto, o uso da vírgula nesse caso é desnecessário, tendo em vista que a oração subordinada adverbial “se agir de forma imparcial...” não está deslocada, ou seja, encontra-se depois da oração principal “o policial militar contribuirá para a democracia”. O uso da vírgula, nesse caso, até prejudicaria a eufonia do período. Seria necessário o uso da vírgula caso a oração adverbial estivesse deslocada, conforme foi explicado no item anterior. Exemplo:
 
“Ainda, se agir de forma imparcial, indistintamente, sem privilegiar nenhum grupo ou classe social, atuando sempre com vistas ao bem comum, contribuirá para a democracia.”
 
  • Referência bibliográfica:Na página 388 do livro indicado (Nossa Gramática Contemporânea - Teoria e Prática), item 15, o autor afirma que a vírgula é utilizada para “separar termos ou orações que, deslocados, quebram uma seqüência sintática. Exemplos do livro:
“Comunicamos-lhes que, a partir desta data, atenderemos em novo endereço.”
“O ministro, segundo recomendação médica, deve permanecer em repouso absoluto.”
 
Nas páginas 288 e 289 do livro indicado, discorrendo sobre as orações subordinadas, o autor apresenta alguns exemplos de orações adverbiais situadas em sua ordem natural, depois da principal, sem o uso da vírgula. Veja alguns exemplos:
 
“Não saia daqui sem que eu lhe chame.” - Obs.: Trata-se também de uma oração adverbial condicional.
“Filipe julga que vale muito porque é bonito.”
“Nada valoriza o homem quanto a honestidade”.
 “Que seja tudo como Deus quiser!”
“Devemos escrever consoante prescreve a ortografia oficial.”
“A gente vive somente enquanto ama.”
“Falta pouco que a noite caia.”
“A estrela era bem vista ao passo que o Sol se punha no horizonte.”
 
3 - Ponto descontado na linha 17 (dezessete) referente à morfossintaxe
Supõe-se que o ponto foi descontado em razão da utilização do pronome relativo “a qual”. Entretanto, é imperioso observar que, se fosse utilizado o pronome relativo “que” em vez de “a qual”, poder-se-ia ter uma interpretação ambígua. Depois do pronome relativo, segue-se o seguinte: “determina que todos devem ser tratados com igualdade, sem distinção de qualquer natureza”. Ficaria a dúvida: Quem determina? O policial (masculino) ou a Constituição (feminino)? Logicamente que, pelo contexto da frase, sabe-se que é a Constituição quem determina, mas, para evitar duplicidade de interpretação, foi utilizado o pronome relativo “a qual”, referindo-se à Constituição, e não ao policial.
 
  • Referência bibliográfica:Página 148 do livro indicado.
O qual (e variações) emprega-se:
a) para evitar duplo sentido. Ex.:
Não conheço o pai da garota o qual se acidentou.
 
4 - Ponto descontado na linha 21 (vinte e um) referente à morfossintaxe
Supõe que o ponto foi descontado em razão da utilização da palavra “se” ligada com hífen ao verbo “interagindo”. Entretanto, o “se” foi usado como palavra expletiva ou de realce. Teve-se o objetivo de realçar que quem interagia com a comunidade era “o policial”. Quem interagia? - Interagindo-se (ele/policial) com a comunidade.
No caso em apreço, o pronome “se”, não tendo valor gramatical mas apenas estilístico, não exerce função sintática. Portanto, não exercendo função sintática, não há que se falar em morfossintaxe.
O pronome “se” não é rigorosamente necessário, podendo ser retirado da oração sem prejuízo do sentido; sua função é a de transmitir a ação verbal mais vigor e ênfase.
 
  • Referência bibliográfica:Página 415 do livro indicado, item 3.
3 - PALAVRA EXPLETIVA ou DE REALCE - pode ser retirada oração sem prejuízo do sentido. Ex.:
Passaram-se anos, e ela não voltou.
“No homem gasto, vão-se as ilusões, fica a esperança.”
Quando perguntei a Luís se ele gostava de Cristina, respondeu: Se gosto! Se gosto!
 
5 - Pontos descontados referentes aos quesitos de conteúdo
Confesso que esperava obter uma nota maior nos quesitos referentes a conteúdo, uma vez que escrevo com freqüência, inclusive contos, crônicas e artigos, e também porque sou um amante e estudioso contumaz da Língua Portuguesa.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Modelo de razões escritas de defesa - RED - 1

Este é apenas um exemplo criado pelo administrador deste blog. Nomes de pessoas e Unidades são fictícios.
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ILUSTRÍSSIMO SENHOR TENENTE CORONEL COMANDANTE DO NONAGÉSIMO OITAVO BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA CALIFÓRNIA
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Dan Max Hilton, soldado PM, nº 399.999-9, filho de Ladainha Hilton e Richard Hilton, lotado no 1º Pel/999ª Cia/98º BPM, doravante denominado neste documento de ALEGANTE, residente na Rua Nova York, 295, bairro Texas, cidade de Holywod-CA, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria apresentar
 
ALEGAÇÕES ESCRITAS DE DEFESA
 
e postular a nulidade ou o arquivamento deste procedimento administrativo, em razão de não ter praticado a transgressão disciplinar que lhe é imputada pela comunicação lavrada pelo nº 888.888-8, 2º Sgt Ronald Stalone, em data de 28/12/3006, a qual relata que o alegante supostamente havia faltado ao serviço para o qual estaria escalado, na referida data, de rádio-operador da Sala de Operações da Unidade – SOU. 
 
                 I - DOS FATOS
 
        O comunicado é pessoa idônea, sem antecedentes de transgressão disciplinar, pertencente aos quadros desta valorosa corporação desde o ano de 3002; pauta suas ações pela legalidade e pela ética, é profissional dedicado, disciplinado, comprometido com o resultado e com os princípios e os valores instituídos pela corporação.
Ocorre que ( relatar os fatos ).
 
    II – DO DIREITO
 
            A ação do alegante amolda-se cabalmente na causa de justificação prevista no artigo 19 do Regulamento Disciplinar, o qual dispõe:
Art. 19 – São causas de Justificação:
III – ter sido cometido a transgressão:
d) em obediência a ordem superior, desde que manifestamente legal;
Parágrafo único – Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de justificação.
( Expor a causa de justificação prevista no regulamento disciplinar ou no código penal militar - art. 439. )

                III – DO PEDIDO
 
        À vista de todo o exposto, requer a nulidade ou arquivamento do procedimento administrativo em apreço.
Nesta oportunidade, o alegante requer ainda que seja anexa aos autos cópia da escala de serviço da data da comunicação, bem como apresenta as testemunhas que poderão confirmar a Vossa Senhoria a veracidade dos fatos e circunstâncias expostas, caso seja do interesse de Vossa Senhoria.
Rol de Testemunhas:
 
Nº 666.666-6, 3º Sgt PM Expert Sapio, lotado no 1º Pel/999ª Cia/98º BPM.
Nº 55.555-5, Cb PM Brown Mix, lotado no 1º Pel/999ª Cia/98º BPM.


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Nestes termos,
pede Deferimento.
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Holywod, 10 de fevereiro de 3007
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DAN MAX HILTON, SD PM
ALEGANTE

Modelo de razões escritas de defesa - RED - 2

Este é apenas um exemplo criado pelo administrador deste blog. Nome de pessoas e unidades são fictícios.



RAZÕES ESCRITAS DE DEFESA


    ILUSTRÍSSIMO SENHOR COMANDANTE DO 99º BATALHÃO,
    DOUTOS SENHORES MEMBROS DO CONSELHO DE ÉTICA,
    SENHOR ENCARREGADO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

    O nº. 999.999-9, Dan Max Hilton, Cb PM, lotado no 9º Pel / 999ª Cia / 99º BPM, doravante denominado neste documento de ALEGANTE, vem, mui respeitosamente, à honrosa presença de Vossas Senhorias apresentar suas razões escritas de defesa e postular a anulação ou o arquivamento do presente procedimento administrativo, pelas razões que passa a expor:
 
    1 – DA DEFESA
 
    1.1 - O alegante é profissional idôneo, dedicado, responsável, disciplinado, comprometido com o resultado e com os princípios e os valores instituídos pela corporação; pauta suas ações pela legalidade e pela ética. Possui 12 (doze) anos de efetivo serviço. Sua ficha profissional é excelente, estando no conceito “A”, sem registros de punição.
 
    1.2 - Depreende-se dos autos que o alegante é acusado de ( relatar a acusação, sua versão dos fatos e legislação que justifica a suposta transgressão )
 
    2 – CONCLUSÃO
 
    O acima apresentando comprova plenamente que a anulação ou o arquivamento deste Procedimento Administrativo é questão da mais pura e lídima justiça!

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Holywod, 28 de agosto de 3007

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DAN MAX HILTON, CB PM

ALEGANTE

domingo, 17 de agosto de 2008

Modelo de recurso administrativo-disciplinar - 1

Este é apenas um exemplo criado pelo administrador deste blog. Nomes de pessoas e unidades são fictícios.


ILUSTRÍSSIMO SENHOR CORONEL COMANDANTE DA NONAGÉSIMA NONA REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA CALIFÓRNIA

        Dan Max Hilton, Cabo PM, nº 999.999-9, lotado no 9º Pel/999ª Cia/99º BPM/99ª RPM, doravante denominado neste documento de RECORRENTE, vem, mui respeitosamente, à honrosa presença de Vossa Senhoria apresentar

RECURSO DISCIPLINAR

postulando a reforma da decisão em virtude dos motivos de fato e de direito adiante aduzidos:

        I – EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO

        O recorrente é profissional compromissado, dedicado, disciplinado, comprometido com o resultado e com os princípios e os valores instituídos pela corporação; possui 24 (vinte e quatro) anos de efetivo serviço, e pauta suas ações pela legalidade e pela ética.
        Ocorre que, no dia 27/12/3006, por volta das 23 horas, o recorrente sofreu uma crise de pressão alta, sendo encaminhado ao Hospital da Polícia Militar (HPM) pela viatura de prefixo 99.999, comandada pelo Cabo Laurent. O recorrente foi liberado desse hospital por volta das 03 horas do dia 28/12/3006, com dispensa médica para o serviço desse dia, ou seja, com dispensa para serviço do dia 28/12/3006 O recorrente retornou a casa na mesma viatura policial que o levou.
         O recorrente não compareceu ao serviço em razão de determinação médica, mediante atestado, o qual foi devidamente homologado na SAS da Unidade aplicadora da sanção (99º BPM).
        Ressalte-se que os militares que encaminharam o recorrente ao HPM pertenciam à mesma fração em que ele era lotado na época do fato em questão (Pelotão de Oprah), ou seja, infere-se que a fração tinha ciência da situação em que o recorrente se encontrava e da dispensa médica.

            II – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO

        Analisando o ATO DE SANÇÃO DISCIPLINAR, conclui-se que a Administração admite que o recorrente encontrava-se sob dispensa médica, uma vez que afirma: “(…) verificando-se que tão somente fora dispensado no dia 27/12/3007.” Entretanto, houve um equívoco aparente acerca da data da dispensa. O recorrente foi dispensado do serviço do dia 28/12/3006, dia em que foi foi liberado do HPM, e não do dia 27/12/3007, como consta no ATO DE SANÇÃO DISCPLINAR.
        Ademais, na busca da Verdade Material, conforme preconiza o Art. 2º, item lll, do MAPPAD, a administração deve diligenciar-se “em busca da verdade material (real). É a busca da verdade real dos fatos”. O processo administrativo militar tem aspecto essencial de processualidade, ou seja, as garantias observadas em juízo também lhe devem ser aplicadas. O militar não pode ser apenas um objeto de investigação, a não ser que exista um inquérito policial militar em andamento, mas mesmo assim por meio de um advogado constituído o acusado poderá acompanhar as provas produzidas, indicar testemunhas, ter acesso aos autos, sob pena de cerceamento das garantias que foram asseguradas a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país.
        Igualmente, em decorrência do princípio constitucional do devido processo legal, o ônus da prova no processo administrativo pertence à Administração Pública - a qual é titular do jus puniend -, e não ao acusado, devendo esta comprovar que o militar praticou algum ilícito administrativo. O Código de Ética, norma infraconstitucional, em momento algum menciona a inversão da obrigação do Estado de demonstrar a culpabilidade do acusado, isto é, de transferir esta tarefa ao próprio acusado, uma vez que isso é incompatível com as modificações introduzidas pela Constituição Federal de 1.988 e fere os princípios vigentes no Estado democrático de direito, porquanto a Administração Pública, civil ou militar, encontra-se sujeita aos princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência disciplinados no art. 37, “caput” da C.F.
        Nesse sentido, não se pode falar em falta de provas do encaminhamento do recorrente ao HPM e da dispensa médica para o serviço do dia 28/12/3006: a guarnição que o encaminhou ao HPM lavrou um BOS acerca do empenho da viatura; os militares da guarnição testemunharam o fato; O HPM certamente confeccionou uma ficha de atendimento ao recorrente; a dispensa médica (atestado) foi devidamente homologado nas SAS da Unidade que aplicou a sanção (99º BPM), dispensa esta para o dia 28/12/3006, e não para o dia 27/12/3006.

         III – DO PEDIDO

        Pelos motivos que foram expendidos acima, requer que Vossa Senhoria se digne determinar a reforma da decisão desfavorável ao recorrente, anulando assim a sanção disciplinar que lhe foi aplicada.

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Nestes termos,
pede Deferimento.

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Holywod, 04 de setembro de 3007

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DAN MAX HILTON, CB PM

RECORRENTE

Razões escritas de defesa - RED

Este é apenas um exemplo criado pelo administrador deste blog. Nomes de pessoas e unidades são fictícios.

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RAZÕES ESCRITAS DE DEFESA

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        ILUSTRÍSSIMO SENHOR COMANDANTE DO 99º BATALHÃO,

        DOUTOS SENHORES MEMBROS DO CONSELHO DE ÉTICA,

        SENHOR ENCARREGADO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

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        A nº. 999.999-9, Peres Hilton, Cb PM, lotada na 999ª Cia / 99º BPM, doravante denominada neste documento de ALEGANTE, vem, mui respeitosamente, à honrosa presença de Vossas Senhorias apresentar suas razões escritas de defesa e postular a anulação ou o arquivamento do presente procedimento administrativo, pelas razões que passa a expor.
        1 – DA DEFESA
        No dia da comunicação (25/11/3007), a alegante sentiu forte mal estar, associado à dor de cabeça (cefaléia), razão pela qual procurou o Centro Médico de Holywod, onde foi atendida pelo Doutor Becker (CRM 099999), o qual, por meio de atestado médico, determinou que ela se afastasse de suas atividades profissionais naquele dia.
        O respectivo atestado, cuja cópia segue anexa, foi devidamente homologado na SAS da Unidade.
        Diante disso, o fato encontra-se respaldo na causa de justificativa prevista no CEDM, Art. 19, inciso l: “motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente comprovado”.
        O MAPPAD assim define o caso fortuito: “é causa de justificação, pois decorre de um acontecimento da natureza, como enchentes, terremotos doenças e outros, que está fora do controle da pessoa”.
        2 – DO PEDIDO
        O acima apresentando comprova plenamente que a anulação ou o arquivamento deste Procedimento Administrativo é questão da mais pura e lídima justiça!

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Holywod, 08 de fevereiro de 3008

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PERES HILTON, CB PM

ALEGANTE

sábado, 9 de agosto de 2008

Modelo de relatório interno

Este é apenas um modelo de relatório criado pelo administrador deste blog. Nomes de pessoas e unidades são fictícios

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POLÍCIA

MILITAR

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99ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR

NONAGÉSIMO NONO BATALHÃO

999ª CIA PM

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Western, 01 de janeiro de 3007

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Do: 3º Sgt PM Richard Monteiro

Ao: Sr. Cmt do 9º Pel / 999ª Cia PM

Assunto: Informações sobre criminalidade em Western

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1 - INTRODUÇÃO

Este relatório foi lavrado como forma de levar ao conhecimento de Vossa Senhoria algumas informações acerca da criminalidade na cidade de Western, cujo policiamento ostensivo é de responsabilidade desta Cia PM.

2 - NARCOTRÁFICO: A RAIZ DO PROBLEMA

Com base na observação diária das pessoas que freqüentam supostas bocas-de-fumo, percebe-se claramente que existe um grande mercado consumidor de entorpecentes na cidade de Western, isto é, uma parte considerável da população, principalmente jovens, é usuária de entorpecentes.

O tráfico de entorpecentes é uma atividade primordialmente comercial; é regido pela lei da oferta e da procura. Onde existe um grande mercado consumidor, existirá também uma grande atividade comercial. Não fugindo à regra, há vários “comércios” e “comerciantes” de entorpecentes em Western.

Tal como ocorre em qualquer outra atividade comercial, também existe concorrência entre os “comerciantes”. Para se proteger dos concorrentes, os “comerciantes” precisam se armar. E os “comerciantes” mais ambiciosos, para expandir seus empreendimentos, precisam se armar para conquistar novos pontos de venda. Além disso, o tráfico precisa de meios para cobrar a dívida de seus clientes; não dispondo de meios legais para esse fim, o recurso é usar a coação, principalmente por meio de armas de fogo; é o chamado “acerto de contas”. O reflexo direto de tudo isso são quadrilhas com poderio bélico cada vez maior, assim como o aumento do número de homicídios.

Não existe traficante desarmado; a arma é seu instrumento de trabalho. E como ele e a quadrilha precisam de armamentos, mesmo que a polícia apreenda uma arma hoje, amanhã ele já estará com outra, talvez até de mais qualidade e poder de fogo do que a que foi apreendida. Da mesma forma, um traficante preso é rapidamente substituído por outro, pois não faltam consumidores nem “comerciantes”, tampouco faltam membros do tráfico querendo ser “promovidos” ou querendo assumir as bocas-de-fumo.

Igualmente, pontos de venda situados em locais estratégicos são muito cobiçados pelos traficantes e, conseqüentemente, são causa de muitos confrontos entre quadrilhas rivais. Mesmo que toda uma quadrilha atuante num ponto de venda seja presa, outra quadrilha ocupará esse ponto de venda em razão de sua localização estratégica.

Dominar um território é essencial nessa atividade, pois significa ter um local seguro para estocar armas e entorpecentes e, ainda, ter mais pontos de venda para comercializar o produto ilícito. Um território cobiçado pelos traficantes são os aglomerados urbanos, pelos seguintes motivos:

· O relevo irregular, a disposição caótica dos imóveis e os numerosos becos e vielas facilitam a fuga dos agentes, dificultando a ação da polícia e a tomada do território por gangues rivais;

· Os marginais se misturam facilmente aos moradores locais, atrapalhando o trabalho de inteligência da polícia;

· A mão-de-obra é farta, visto que a população é mais susceptível de ser cooptada, porquanto se observa uma maior desestrutura familiar e social nesses locais.

Não é muito difícil saber quem são os traficantes de um lugar. Difícil é prendê-los em flagrante delito, com provas suficientes para a condenação. Os traficantes criaram uma série de estratagemas para se furtarem à ação policial. A famigerada “lei do silêncio” já está virando coisa do passado; é apenas um elemento da primeira fase do processo de domínio territorial.

Atualmente, o principal estratagema de traficantes que atuam em aglomerados urbanos é cooptar e ganhar a simpatia dos moradores locais, fazendo com que estes, de alguma forma, apóiem ou sejam condescendentes com a atividade ilícita. Em recente operação da PM do Texas, descobriu-se que traficantes pagavam a mulheres tidas como acima de qualquer suspeita para que elas apresentassem queixa contra policiais e depossem a favor de marginais.

O tráfico de entorpecentes também está se tornando uma espécie de alternativa de trabalho, mormente em aglomerados urbanos. Isso está ocorrendo porque os moradores estão tão habituados a presenciarem e a conviverem com essa atividade ilícita que ela está parecendo uma coisa normal, não proibida. Isso precisa ser rapidamente mudado, senão a polícia vai enfrentar ainda mais dificuldade para atuar nos aglomerados, uma vez que a própria comunidade poderá insurgir contra a imposição da lei e da ordem.

Na contramão da lógica, a legislação nacional optou por tratar o “usuário” como um doente, uma vítima. Dessa forma, a lei contraditou a própria lei. O Art. 99 do Código Penal assim dispõe: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. Tomando por pressuposto o Código Penal, o “usuário” concorre para a prática do crime de tráfico de entorpecentes, financiando-o, não o denunciando e sendo cúmplice dos traficantes.

De acordo com estudos das Nações Unidas, o narcotráfico movimenta mais de 300 (trezentos) bilhões de dólares anualmente. Para se vencer essa grande rede criminosa/comercial, não basta apenas esforço local; o esforço tem que ser mundial.

3 - DESAGREGAÇÃO FAMILIAR E SOCIAL– FALTA DE VALORES MORAIS

Além do tráfico de entorpecentes, há outro fator que aumenta indiretamente o aumento da criminalidade: a desagregação familiar e social, aliadas a falta de valores morais.

O que se vê hoje em dia são famílias cada vez mais desestruturadas, filhos sendo criados sem limites, pais sem responsabilidade e uma generalizada falta de valores e princípios morais.

Uma criança ou um adolescente sem princípios morais, éticos e familiares é muito mais susceptível à sedução do caminho do crime; e esse caminho quase sempre só tem passagem de ida.

Até mesmo o cidadão comum está se corrompendo, talvez até sem perceber. Cita-se, por exemplo, alguns fatos que estão se tornando comuns: fazer apostas em jogo do bicho ou em máquinas caça-níqueis, dirigir veículo sem carteira de habilitação, sem usar capacete, desrespeitar funcionários públicos, etc. Esses pequenos desvios de conduta, se não coibidos, criam um ambiente de aparente desordem social. A sociedade entende que a polícia é conivente e condescendente, e os cidadãos sentem uma perigosa falta de lei e de ordem.

4 - CRIMINALIDADE EM WESTERN

4.1 - Tráfico de drogas

O Aglomerado do Panelão, sem dúvida, é o local de maior comércio de entorpecentes da cidade. Isso ocorre porque ele está situado num local estratégico, com grande movimentação de veículos. A Avenida Azeite de Oliva, que atravessa o aglomerado, liga a cidade Western à de Seagate. Dessa forma, fica difícil discernir quem está passando ali simplesmente em deslocamento de quem está passando ali para comprar entorpecentes. Além disso, os becos e vielas existentes no aglomerado facilitam a fuga dos agentes e, conseqüentemente, dificultam a ação da polícia.

Haja vista que essa atividade ilícita é antiga no aglomerado, os membros das quadrilhas já têm uma convivência pacífica com os moradores; a maioria dos membros das quadrilhas nasceu e cresceu no aglomerado. Por conseguinte, pode-se até afirmar que a comunidade é condescendente com o comércio de entorpecentes. Salienta-se, ainda, que os traficantes estão persuadindo os moradores locais a criarem entraves à ação policial, instigando-os a adotarem atitude relutante e recalcitrante no momento das abordagens e ainda estão os incitando a investirem contra os policias quando alguém é preso.

O comércio de entorpecentes nesse aglomerado é bem organizado. Existem ali vários pontos de venda, o que dificulta uma repressão uniforme. Como o efetivo policial é reduzido, apenas um ponto de venda pode ser abordado de cada vez com alguma probabilidade de sucesso, já que a presença da polícia é rapidamente divulgada.

Os principais pontos de vendas de entorpecentes no aglomerado estão situados nos seguintes locais:

· Av. Azeite de Oliva, cruzamento com Rua Café Amargo (principal ponto de venda em Western).

· Av. Azeite de Oliva, em todas as entradas de becos e vielas.

· Rua Pateta, na entrada de um beco situado próximo ao nº. 999.

· Rua Compostela, nas proximidades do cruzamento com a Rua Santiago, onde existem várias entradas de becos e vielas.

· Rua Batoleiro, cruzamento com a Rua Pateta, nas proximidades do Bar da Fumaça.

· Na entrada da Rua A (beco); também, na mesma rua, no Bar do Malucão e proximidades.

Pelas circunstâncias expostas, depreende-se que a situação do Aglomerado do Panelão quanto à criminalidade é preocupante e perigosa: muitas bocas-de-fumo; muitas pessoas envolvidas com o tráfico de entorpecentes; população condescendente; venda de entorpecentes como alternativa de obtenção de renda; tráfico bem organizado e antigo; marginais bem relacionados com a comunidade; população não-cooperativa com a polícia, ao contrário, adota conduta insubmissa e recalcitrante quando da realização de operações e abordagens.

Além do Aglomerado do Panelão, existem outras bocas-de-fumo no Bairro Rex; eis algumas:

· Rua Strathmore, nº. 999, e proximidades.

· Rua Meriva, nº. 999, e proximidades.

· Rua Iomega, no Bar da Morena e proximidades.

· Rua Pesqueiro, cruzamento com a Rua Palmitop.

A venda de entorpecentes em outros bairros aparentemente ocorre de maneira eventual, principalmente em bares mais freqüentados. Pode-se citar, por exemplo, o Bar do Caipira, o Música Bar, o Bar Copo Sujo e a Maria Lanchonete. A venda de entorpecentes nesses locais, pelo que é observado, é feita de forma velada, por clientes, e não pelos proprietários.

4.2 - Crimes contra o patrimônio

Os agentes contumazes de crimes contra o patrimônio são, salvo raríssimas exceções, usuários de drogas. A subtração de pertences é realizada para adquirir entorpecentes. Percebe-se, portanto, a estreita relação entre narcotráfico e crimes contra o patrimônio.

4.3 - Crimes contra a pessoa

Há um grande número de ocorrências contra a pessoa, notadamente ameaças, agressões e lesões corporais. As principais causas desses crimes são os conflitos conjugais e familiares, além do uso abusivo de álcool e entorpecentes.

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ante o que foi apresentado, infere-se que, se o tráfico de drogas for duramente combatido, se as quadrilhas forem desmanteladas, se prisões preventivas forem decretadas para os criminosos contumazes, os índices de criminalidade terão uma queda significativa na subárea de responsabilidade desta valorosa Cia PM, a qual é composta por homens e mulheres de fibra e de coragem.

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Richard Monteiro, 3º Sgt PM

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