
Desde ontem que estou com uma sensação estranha, um mal-estar. Nada tem graça. Há um nó na garganta. Queria dizer muita coisa, muitas verdades, desabafar... Sim, estou consternado e revoltado, como muitos companheiros também estão, com a morte do Cabo Fábio de Oliveira dentro de uma jaula cela, após ele, sua guarnição, o batalhão que pertencia e a corporação serem execrados, massacrados, linchados pela mídia; após ele e sua equipe serem condenados antecipadamente, inclusive por uma autoridade que, por questões da legislação militar, não posso sequer criticar.
Nos ensinam a respeitar os direitos humanos, que não cabe a nós fazer julgamentos, sendo nossa competência apenas prender o cidadão e tomar as medidas legais. Mas há um paradoxo muito estranho, porque nos julgam e nos condenam antecipadamente, inclusive autoridades que deveriam ter o devido equilíbrio e, no cargo que ocupam, dar o exemplo. Às vezes até me faço a seguinte pergunta: Os policiais têm direitos humanos?