Mostrando postagens com marcador Reflexões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Reflexões. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Você é um POLICIAL SÓLIDO ou um POLICIAL LÍQUIDO?

Ilustre companheiro, não se apresse em responder esta pergunta. Antes, conceda-me alguns minutos do seu precioso tempo e leia este texto até o fim, para depois dar cabo da indagação.

O sólido e o líquido são opostos. É da natureza do líquido se adaptar às mudanças, adquirir novas formas, contornar obstáculos e se misturar a outras substâncias. Por outro lado, o sólido raramente se mistura e possui enorme dificuldade de mudar de forma sem perder conteúdo.

sábado, 12 de março de 2011

Tributo aos heróis anônimos

* Siderley Andrade

O que empurra um homem para uma profissão de tal risco? A opção de um emprego? A vocação? O orgulho? Talvez sim, mas o desejo maior desse homem é de servir à sociedade, de salvar vidas, de proteger o indefeso, ser herói anônimo.

Profissão de guerreiros, onde não é admitido o medo, a covardia, a omissão. Mas quem não tem medo? Afinal esse homem é de “carne e osso”, sujeito as mesmas emoções, sentimentos e medos que qualquer pessoa tem. Os medos afloram à toda situação de risco, sendo controlado , deixando esses homens sempre espertos e atentos. O convívio com situações de emergências se intensifica a cada dia, obrigando o mascaramento, pois afinal “Herói” não tem medo de nada.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Desamparados

Recebi um texto muito interessante, que aborda a questão do desamparo jurídico e psicológico a que estão submetidos os policiais militares quando praticam ações legítimas. No último artigo que publicamos, de autoria do Sargento Carvalho, foi levantada a importância de trabalharmos em estrita observância aos princípios legais e ao Estado Democrático de Direito. Observem, porém, que, mesmo quando nossas ações são legítimas, ficamos desamparados, o Estado nos vira as costa, tendo nós que arcamos com todas as pesadas custas financeiras de um processo criminal, sem falar no desamparo psicológico. Obs.: (Retirei os dados que pudessem identificar o policial autor do texto, trocando-os por "?").

Sou o Número ? da POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE ?, CABO PM ?, casado, pai de uma filha, já nos quase 18 (dezoito anos) de serviço, hoje lotado no ? BPM, exercendo as funções de relator de B.O e comandante da Guarda de Quartel, na cidade de ?. A minha história é a seguinte:

domingo, 2 de janeiro de 2011

Discriminação Nacional

Carlos Henrique Ferreira Melo (*)

A revista Veja, edição 2.141, de 2 de dezembro de 2009, publicou um artigo muito elogiado, inclusive por policiais, sob o título "sem medo da verdade", uma excelente matéria que demonstra a realidade sobre o que pensa a sociedade a respeito dos policiais militares e toda a carga de discriminação e preconceito por que passam.

No subtítulo "No rumo correto", buscando ressaltar a capacidade profissional de um oficial da Polícia Militar de Minas Gerais, consta a seguinte frase:

domingo, 15 de agosto de 2010

Acreditar, traçar o caminho e persistir

Muitas vezes, nossos sonhos parecem irrealizáveis, as barreiras, intransponíveis, nossos problemas, insolucionáveis. Observamos os que alcançaram o sucesso e imaginamos que nunca teremos a mesma sorte. Tudo parece conspirar a nosso desfavor. O desânino nos domina e a vontade de desistir é premente.

Entretanto, esses pensamentos negativos que às vezes nos tomam o ânimo devem ser eliminados, pois são o início do caminho do insucesso.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Policial militar, um tributo


É com honra, orgulho, respeito e profunda admiração que me debruço a escrever sobre o maior heroi nacional: "o policial militar". Há tempos, anseio este intento, mas só agora não estou só e minhas mãos certamente rabiscarão à altura daqueles a quem dirijo minhas singelas observações como compatriota, integrante e atuante na sociedade civil.

Falar sobre um heroi, hoje em dia, é raro numa sociedade tão desregrada como a nossa e tão aviltada nos seus direitos como integrantes da humanidade sob a ótica na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Estamos numa Era Cósmica onde o homem atinge distâncias incomensuráveis do Universo, mas não consegue enxergar um centímetro dentro de si próprio, foge para a galáxia, mas esquece da alma. Anseia a conquista dos bens materiais, mas esquece dos valorosos e imperecíveis bens espirituais.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Trabalhar brincando

Dias desses, estava eu, meu sogro e meu Tio Ginin conversando. Meu tio falava sobre sua vida profissional. Ele nos contava que trabalhou quatro anos na Usina de Ana Florência, dois anos numa mineradora, trinta e dois anos na GE e já estava há sete anos na Data Engenharia. Como você deve ter percebido, ele tem uma longa carreira, muito mais de trinta anos de labuta, e continua trabalhando, e não fala em se aposentar (de fato).

Seus filhos já estão crescidos. Não trabalha apenas pelo dinheiro; já está aposentado (de direito) há muito tempo. Ele trabalha porque o serviço que ele faz é para ele como uma brincadeira. Assim ele próprio nos afirmou. Falou que se sente como um menino brincando. Quando eu entrei na PM, também me sentia como um menino brincado de super-herói.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Poucos enxergam as correntes

Fecho os olhos e imagino o recém-nascido elefante preso por correntes a uma estaca. O elefante puxa, força e tenta se soltar. Apesar de todo o esforço, não consegue sair. A estaca certamente é muito pesada para ele. O pequeno elefante tenta, tenta, e nada. O atrito com a corrente lhe provoca ferimentos e dores muito fortes. Depois de nove, dez, dezoito, trinta e seis ou quarenta e oito meses, já cansado e muito lesionado, ele aceita o seu destino. Neste momento, está domesticado, a corrente está no subconsciente. Um simples barbante é capaz de causar a submissão desse enorme animal.

Os elefantes são adestrados para servirem aos seus donos, a qualquer hora, a qualquer dia, sem reclamar de nada, sem exigir conforto, alimentação, abrigo e descanso. O animal deve dedicar-se inteiramente ao serviço. Obediência irrestrita, cega. O dono manda, o elefante obedece. Jamais questiona as ordens. Missão dada, missão cumprida.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Como policial militar, eu já fui quase tudo...

Autor: * Tião Ferreira

Como policial militar, enfrentei o maior choque cultural da minha vida, ao ter de argumentar com todo tipo de pessoas, do mendigo ao magistrado, entrar em todo tipo de ambiente, do meretrício ao monastério.

Como policial militar, fui parteiro, quando não dava tempo de levar as grávidas ao hospital, na madrugada.

Como policial militar, fui psicólogo, quando um colega discutia com a esposa, diante da incompreensão dela, às vezes, com a profissão do marido.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A segunda pele

Autor: * Nivaldo de Carvalho Júnior, 3º Sgt PM

“A farda não é uma veste que se despe facilmente, mas sim uma segunda pele que adere à própria alma, irreversivelmente.”

Bastou que eu ouvisse essa frase apenas uma vez para que tais palavras encontrassem lugar cativo em minha memória. A assertiva foi declarada por um major da Polícia Militar de Minas Gerais, durante a cerimônia de encerramento de um curso de ações táticas que tive o privilégio de participar.

Antecederam-se a tal pronunciamento as congratulações para aqueles militares que foram aprovados, seguidas das recomendações sobre a conduta que deveríamos adotar em face da nossa nova missão: atuar em ZQC´s (Zonas Quentes de Criminalidade), com o intuito de combater o crime organizado.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Hipocrisia - Uma reflexão sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente

Autor: * Marco Antônio Martins

Na atualidade, temos observado as mudanças que ocorrem em nossa sociedade, temos verificado a criação de leis que em sua gênese tem o escopo de proteger as crianças e os adolescentes.

Dizem alguns se tratar de lei pioneira em relação ao protetorado da infância e da juventude, mudança de um paradigma que mantinha as crianças em situação de risco.

Em sua criação, acreditaram que ela manteria a nossa juventude salvaguardada dos vários problemas sociais. Ledo engano. Ela apenas mascara o real objetivo que é o de continuar a deixar nossas crianças em situação de risco. Retira-se a autoridade dos pais, pois há com clareza um conflito de gerações. Esta lei criada para a proteção dos adolescentes provoca nos adultos uma coação – “entendida aqui como um receio de ser punido” - pois a geração dos nossos pais está acostumada a respeitar as leis, foram educados dessa forma.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Exaltação ao policial militar

Nosso dia a dia
É servir a comunidade
No interior ou fora
Da nossa condução
Em busca de um soldo
Que é o nosso ganha pão.

Embora, seja pouco,
Agradecemos em oração.
Esse pouco, que recebemos,
Seria o muito no bolso
De quem não tem nem o pão.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Insatisfação - Desabafo de um policial

O texto abaixo trata-se de um comentário que foi postado neste blog no artigo "Os policiais estão insatisfeitos". Muitíssimo interessante. Excelente. O autor não se identificou, mas isso não importa, porque, como ele mesmo disse, "o que ficará escrito na memória de cada um são as ideias".

Quando jovem, vislumbrei entrar para a Polícia Militar por pensar ser uma instituição forte, respeitada na sociedade e humana. Vocação? No início, talvez até minha personalidade se identificasse com a profissão, mas no devido tempo, após tanta humilhação, decepções e discriminações por parte da sociedade e dos próprios integrantes em posições melhores, a tal vocação caiu num precipício profundo e sem volta. Os valores da secular instituição evaporaram como mágica. Forte, não é mais. Talvez nunca fosse. Respeitada na sociedade? Nossa realidade atual já explica perfeitamente que não é. O que existe é um medo terrível da Polícia Militar. Humana? Se nem ao menos internamente temos o tratamento digno e humanitário, o que dirá na sociedade.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O POLICIAL MILITAR NÃO É UM “GUARDA”

Um policial militar é um profissional preparado e adaptado para exercer muitas funções. A missão é servir e proteger, sempre, mesmo com o sacrifício da própria vida.

Quando alguém tem algum tipo de problema, o qual é incompetente para resolver, quase sempre recorre a ajuda divina e, como garantia, só para ter certeza de que tudo vai dar certo, aciona a Polícia Militar. Poucas Instituições são capazes de preparar tão bem seus profissionais quanto a secular Corporação de Tiradentes.

Ser policial militar é ser um "super-homem", não no sentido da força, mas no sentido de ser multifuncional. Um policial é capaz de desempenhar várias funções. Exemplificando, quem de nós nunca ouviu dizer que esse ou aquele membro de uma guarnição PM, em um dia qualquer de serviço, durante uma assistência a uma parturiente, teve que bancar o médico e realizar um parto?

No entanto, me aborrece servir a pessoas que não sabem a diferença entre uma delegacia e um quartel de polícia, entre um delegado e um comandante militar.

Para aqueles que estão lendo este texto e se perguntando qual o motivo da minha indignação, respondo que no meu cotidiano profissional recebo vários documentos oriundos das mais diversas repartições públicas e privadas, e também de pessoas físicas, todos interessados nos préstimos da Polícia Militar.

Notadamente, uma parcela considerável da sociedade desconhece completamente a função precípua da Polícia Militar, e muitos nos veem como o mal necessário, aqueles que ninguém quer, mas sem os quais não se consegue fazer nada. Ainda somos vistos sob um olhar incrédulo e desconfiado, remanescente da ditadura militar, cultivado numa época em que a polícia era truculenta, obtusa, e servia apenas aos interesses políticos de então, tolhendo a liberdade em todas as suas formas de manifestação, dias em que se criaram máximas como: “a farda modela o corpo e atrofia a mente”.

Ainda hoje, os meios de comunicação em massa, maiores formadores de opinião, nos retratam de uma forma equivocada, ou, propositadamente, querem denegrir nossa imagem.

Um exemplo disso são as telenovelas e seriados que possuem em seus enredos personagens policiais. Ao abordar o assunto, quase sempre o fazem de forma a transmitir ao público a ideia de que somos incapazes de pensar ou agir sozinhos, pessoas com baixo quociente de inteligência, desidiosos e covardes. Assim o policial militar é pintado, diminuto e pejorativamente como sendo o “GUARDA”.

Pois bem, para quem não nos conhece, somos membros de uma instituição secular, legalmente constituída, referência em todo território nacional, com excelência na prestação de serviço de segurança pública.

De acordo com a Carta Magna, somos um dos responsáveis pela segurança pública, nos cabendo a preservação da ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio.

Ainda, segundo a Constituição do Estado de Minas Gerais, a Polícia Militar é uma força pública estadual, um órgão permanente, organizado com base na hierarquia e na disciplina militar, competindo-nos o exercícios da polícia ostensiva de preservação criminal, de segurança, de trânsito urbano e rodoviário, de florestas e de mananciais e as atividades relacionadas com a preservação e restauração da ordem pública, além da garantia do exercício do poder de polícia dos órgãos e entidades públicos, especialmente das áreas fazendária, sanitária, de proteção ambiental animal, de uso e ocupação do solo e de patrimônio cultural.

Não somos "guardas", somos policiais militares!

Autor: J. M. da Silva, 2º Sgt PM, Auxiliar da P3 do 36° BPM



História da postagem e minhas considerações

Essa postagem surgiu de uma conversa sobre os "puliças" das novelas, do modo como eles são retratados, sempre como "burros", "ignorantes", que não sabem se expressar, subservientes, submissos, mal-fardados e sempre comandados por um delegado. Nas novelas, sequer fazem diferença entre a Polícia Militar e a Polícia Civil.

Bom, achei o tema bastante pertinente e convidei o Senhor Sargento da Silva a escrever sobre o assunto, já que foi ele quem iniciou a conversa sobre os "puliça" de novela. Ficou acertado que eu poderia acrescentar minhas considerações.

Considerações não faltam. Com certeza, as novelas contribuem muito para formar na cabeça da população essa imagem de que o policial militar é um "guarda", ou um "guardinha". A população, na maioria de baixa escolaridade, acredita, absorve essa mensagem subliminar, o que é muito ruim para nós policiais. A sociedade nos vê como "burros", "ignorantes", etc.

Mas a ficção da novela não coaduna com a realidade dos atuais policiais militares. Hoje, muitos policiais já ingressam na corporação com curso superior, e muitos que não possuem estão na faculdade, buscando conhecimento.

Na atualidade, a atividade policial exige muito conhecimento. Temos que dominar o Direito Penal, o Direito Militar, o Direito Administrativo, a Legislação de Trânsito, ser peritos em Técnica Policial, Defesa Pessoal, saber redigir documentos, estar preparado para enfrentar situações de forte pressão psicológica, etc. Roger Franchini, no livro "Ponto Quarenta", diz que policial de verdade é o policial militar, porque é ele quem está nas ruas, é ele quem prende, é ele que comparece aos locais de ocorrência e toma medidas altamente técnicas, é ele que colhe informações, etc. No artigo "Polícia Civil, um sonho perdido", Ricke diz que 90% porcento das prisões são realizadas pela PM. Na verdade, além de ter conhecimento, é o policial militar quem "pega o boi pelo chifre".

Essa deturpação que as novelas e os seriados fazem de nós policiais militares, em última análise, prejudica até uma reinvindicação salarial, porque somos retratados diminutos e pejorativamente, como "soldadinhos de chumbo", pessoas burras, submissas e sem conhecimento. A sociedade pensa: Como um profissional desqualificado quer aumento de salário?

Enfim, eu poderia escrever páginas e páginas sobre o assunto, mas vou terminar minhas considerações do mesmo modo que o Senhor Sargento da Silva: Não somos "guardas", somos policiais militares!

domingo, 16 de agosto de 2009

Os ditames da Lei

Autor: Tenente-Coronel PM Edson Geraldo de Souza

Respeitar normas sim e obedecê-las desde que estejam em acordo com os direitos e princípios da lei.

Passamos a melhor fase da vida dando nossa juventude para a Polícia Militar. Aprendemos a respeitar e obedecer todos os ditames das leis em vigor em nosso país e após 30 anos de serviços passamos para a reserva.

Somos também brasileiros cheios de anseios, coração ainda batendo e possuídos de um desejo por uma vida ainda melhor para nós e nossa família. Pensamos e desejamos que as leis também fossem respeitadas e cumpridas para nós. Às vezes, chamam-nos de inativos como pecha social e desdém. Os administradores políticos sabedores de nossa fraqueza em saúde e sem muitos meios para aglutinar idéias e ideais, tomam decisões sobre nosso destino a bel prazer, sem respeitar essas mesmas leis votadas por um parlamento representativo do povo.

Assim é que, bem recentemente, um príncipe sem memória decidiu premiar nosso pessoal ativo esquecendo que fomos nós, inativos de agora, quem preparou o terreno para fertilizá-lo e deixá-lo pronto para se colher os frutos de hoje. Foi premiada uma produtividade, que lhe rendera frutos políticos, fingindo não saber que ela fora resultado de uma obra iniciada pelo pessoal que ontem, quando ainda se tinha peso entre os atores para influenciar decisões políticas.

Dentro dessa assertiva, estamos vendo conduzir o órgão de previdência da nossa Polícia Militar, um “irmão de labutas”, agora alinhado a outros interesses que não sabemos quais, tomando decisão pessoal-administrativa sem o devido respaldo da lei, para impedir e dificultar direitos do pessoal inativo. Pensávamos ter um dirigente representante corporativista que pudesse zelar pelo bem estar, também emocional, desses componentes da família policial militar, quase sempre sem conhecimentos dos seus direitos e não um dirigente que copiasse artimanhas daqueles que usam uma caneta para distribuir benesses aos indicados de apadrinhados políticos.

Poucas leis garantem benefícios para brasileiros na inatividade e não podemos aceitar que uma caneta-irmã da do príncipe sem memória prejudique e não respeite os direitos gerados por essas poucas leis.

Infere-se que atitudes iguais ao que está acontecendo é para não perder o mais forte desejo de poder, que embriaga os mortais, e por isso não está sendo vislumbrado que a parte mais fraca em representatividade está sendo prejudicada, talvez para receber loiros e ser visto como um bom administrador pelos príncipes do poder.

Será uma sina do mal por estarmos na inatividade?

Que se cumpria a lei para a proteção da família, sem outros interesses pessoais que visem privilegiar um pequeno grupo de amigos na manutenção de cargos.

Leis são leis. Boas ou não, são produtos de discussões de legisladores do poder existente para tal fim, delegados pelo voto democrático da mesma sociedade que a Polícia Militar tem o dever de dar proteção objetiva e subjetiva. O pessoal inativo está sob o mesmo manto de proteção das leis.

Os legisladores da federação brasileira achando justo e dando legalidade através de lei, instituiu níveis diferenciados de valores para contribuição previdenciária para os inativos que depois de 30 anos de serviço haviam dado seu quinhão participativo para redivisão de direitos.

A lei atual em questão não estabeleceu diferença entre aposentados civis, militares, federais, estaduais ou municipais, entretanto suscitada a dúvida, o poder judiciário vem dando ganho de causa em sentença definitiva àqueles que pedem proteção do direito nela contido. São mais de três mil policiais da reserva e reformados que no Tribunal de Justiça de 2ª instância já ganharam o direito de terem reduzido o valor da contribuição mensal para o órgão previdenciário, que, entretanto, não acatando a decisão, faz ameaças psicológicas, para inibir os inativos que ficam receosos de reivindicar esse direito, com medidas de retaliação futura contra sua esposa/companheira que deixaria de receber os vencimentos integrais em caso de falecimento do segurado que reivindicou tal mister.

Essa perseguição psicológica é covarde, pois não deixa tranquilidade devida para quem sabe ser o direito correto, mas que a família poderia ficar momentaneamente desprotegida com sua falta e levar algum tempo com outra demanda contra o Estado que deixou de cumprir uma decisão definitiva da justiça.

Por decisão administrativas ilegais várias viúvas-pensionistas tiveram reduzidas e/ou cortadas a pensões, inclusive uma delas estava recebendo uma cesta básica mensal do Comandante de um batalhão do interior, que se condoeu da situação vexatória de uma companheira de um ex-policial. Outra, a viúva de um oficial superior também viu a redução de pensão.

Os cargos de direção de nossa instituição previdenciária é política indicativa, talvez esse fato vem justificar decisões para agradar os príncipes de que fala Maquiável.

A Constituição Federal com suas Emendas deveria ser cumprida sem necessidades de demandas. O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais deu um parecer, que recebeu o número 735557, com aprovação por unanimidade dos conselheiros, ratificando a lei que pode e deve ser também aplicada no nosso Instituto de Previdência.

Que se cumpra a lei, até que se elabore outra ou que o Supremo, através de Súmula Vinculante, dê entendimento diferente, e não normas administrativas pessoais que possa suscitar dúvidas e objetivos dúbios.

(*) O autor é bacharel em Letras, Ten-Cel da PMMG e sócio do COPM desde 1966.

Nota: O autor do artigo, ao enviá-lo para publicação, assumiu toda responsabilidade pelas opiniões nele emitidas.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Aprendizado, condicionamento, domínio e preparo mental

Não basta saber, é preciso estar condicionado e preparado mentalmente. Não basta você saber que apertando o pedal do freio o automóvel para, é preciso saber usá-lo, seja em que situação for. Não basta ter conhecimento, é preciso treinar e praticar. E o treino constante e a prática levam ao condicionamento. Mas nem tudo é possível treinar. Existem situações que nem o mais sofisticado simulador é capaz de reproduzir. Então, o segredo é estar preparado mentalmente.

Tenho para mim que eu devo ser especialista naquilo que estou fazendo. Devo não só saber, mas dominar. Devo saber o máximo possível, a ponto de ter o mínimo de dúvidas. Não aceito menos do que isso, exceto se for por erro dos outros. Digo erro dos outros porque ainda persiste a cultura do "pato". Colocam o profissional a cada ano num lugar e querem que ele faça tudo com eficiência. Impossível! O profissional pode até aprender alguma coisa, mas ele não vai estar condicionado. Condicionamento se adquire com a prática, com a repetição, com os erros.

Existem situações que o simples conhecimento não resolve. É preciso ter domínio completo. Dou um exemplo. Certa vez, um companheiro de serviço me pediu para trabalharmos numa blazer que estava disponível no pátio. Eu disse que preferia trabalhar no golzinho, por que era um automóvel que eu dominava. Para se ter um ideia, eu nem sabia onde era o "freio de mão da blazer" que, posteriormente, acabei descobrindo que é "freio de pé". O companheiro de serviço, recém-formado, deve ter me achado um "muchiba". Talvez eu seja mesmo "muchiba", mas o fato é que gosto de dominar o equipamento com o qual trabalho. Eu não estava condicionado a dirigir uma blazer e, na nossa atividade, o automóvel é algo que devemos ter completo domínio. Com o golzinho eu tinha confiança, advinda da prática. Sabia a velocidade em que poderia curvar, sabia como ele frenava, sabia o momento certo de passar as marchas, etc.

Eu não iria usar a blazer como "cobaia". Na nossa atividade, dominar a direção de um automóvel é questão de vida ou morte. Do mesmo modo, dominar uma arma de fogo e estar condicionado a resolver as panes que ela porventura apresentar. Se você sabe usar uma arma, mas não está condicionado com ela, não a use. Deixe-a na intendência. E o condiciomente resume em saber fazer de olhos fechados. Na hora do embate, não há tempo de você pensar, de você lembrar o que o instrutor falou sobre a arma. Tem que ser como andar de bicicleta. Você nem pensa em como fazer. É automático, instintivo. Você faz sem pensar, porque está condicionado. Está relacionado com os estágios da aprendizagem. O domínio e o condicionamento são o último estágio do aprendizado, no qual a pessoa é inconscientemene habilidosa. Já ouviu falar dos estágios da aprendizagem? Não!? Então vai um resumo:

1 - Inconsciente e sem habilidade - É quando você está inconsciente ou desinteressado em aprender. Você não sabe nada, ou quase nada, e nem se importa com isso. Exemplo: Você não sabe andar de bicicleta e nem se interessa em aprender.
2 - Consciente e sem habilidade - Você sabe que não sabe, mas ainda não sabe o tanto que não sabe. Mas, se você continuar a lidar com isso, irá para o terceiro estágio. Exemplo: Você tentou andar de bicicleta e caiu; pensou: Opa, eu tenho que aprender a andar nesse “negócio”. Começam as primeiras tentativas, os primeiros tombos, mas você não desiste.
3 - Consciente e habilidoso - Você sabe que não sabe tudo, mas já sabe o que sabe. Você já sabe como fazer, mas ainda não está automático. Exemplo: Você aprendeu a andar de bicicleta, mas ainda não tem pleno domínio sobre ela. Em terrenos irregulares ou em situações mais complexas, você ainda cai ou fica receoso.
4 - Inconsciente e habilidoso - Você não sabe o tanto que sabe. Você nem pensa mais em como fazer. Tudo é muito natural. É o estágio a ser alcançado. Exemplo: Você anda de bicicleta e nem sabe mais como faz aquilo. Outro exemplo são os pianista e datilógrafos altamente eficientes, que não pensam em seus dedos batendo no teclado. Tornou-se natural para eles, automático.

Entretanto, para ser habilidoso, é preciso haver especialização no serviço. Ninguém é capaz de saber tudo. Saber tudo é só com o pato, mas o pato, mesmo sabendo, faz tudo mal feito. Não precisamos saber tudo, ao menos não deveríamos, se adotassem o princípio constitucional da especialização. Precisamos fazer bem feito aquilo que nos determinaram fazer.

Para encerrar nossa conversa, termino com duas críticas. A primeira é sobre instituições que praticam a cultura da "cobaia". Exemplo: Colocam o profissional em determinada função para a qual ele não está apto. Disso, decorre a ineficiência, erros constantes, até que o profissional comece a dominar sua função. Quando ele começa a dominar, colocam-no em outra função, e aí ocorre mais ineficiência, mais erros. Lembrando que certos erros não são passíveis de correção. A outra crítica é sobre o falso saber, a falsa instrução. Ensina-se o profissional a fazer algo uma única vez e querem que ele esteja plenamente condicionado a fazer aquilo que lhe foi ensinado dez anos depois. Vai dar errado! Se não praticar, qualquer ser humano esquece. E, como eu disse, saber não é tudo. É preciso estar condicionado, é preciso dominar. É preciso fazer de olhos fechados, sem dúvidas. E esse estágio só é alcançado com muita prática. Isso vale tanto para o serviço operacional quanto para o administrativo. No serviço operacional, falamos de vidas. No serviço administrativo, falamos de direitos.

Chega da cultura do "pato". Como bem falou o Senhor Sargento Félix: "Você não precisa saber de tudo; basta ter o telefone de quem sabe". E: "Não basta fazer, é preciso estar condicionado, é preciso que seja automático".

Pense nisso!


------------------------------------------------------


* Saiba mais sobre as técnicas de aprendizagem em:


terça-feira, 30 de junho de 2009

Carta de um policial a um bandido

Senhor Bandido,

Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinquente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.

Durante vinte e quatro anos anos de atividade policial, tenho acompanhado suas “conquistas” quanto a preservação de seus direitos, pois os cidadãos e especialmente nós policiais estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito as suas vítimas. Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois ensinaram-me que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim como o Direito do Trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.

Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro da polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos sua arma é a primeira a ser suspeita.

Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependência digna para você se ressocializar. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias do que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com a segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade.

Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado. Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo.

Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará. Precisamos nos proteger. Ter nossos direitos, não de lhe matar, mas sim de viver sem medo de ser um policial.

Dois colegas de vocês morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado, o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil, não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direitos.

Autor: Wilson Ronaldo Monteiro - Delegado da Polícia Civil do Pará

Nota: Este artigo foi enviado por um leitor do blog. Faça contato conosco e envie seu texto para ser publicado no Universo Policial.

sábado, 6 de junho de 2009

Um lixo, um verme, uma máquina de trabalhar...

Estou ausente. Não consigo encontrar inspiração para escrever. Minha mente está cansada. Uma pilha de papéis se acumula sobre minha mesa. Trabalho ininterruptamente, vorazmente. Quando chego a minha casa, já estou esgotado; e enojado de olhar para uma tela de computador.

Todavia, parece que sou o único preocupado com meu trabalho. Eu não produzo resultados para a corporação, não trabalho na atividade fim. Meu trabalho não aparece. E, por não aparecer, meus chefes devem pensar que fico o dia inteiro coçando saco na ociosidade. A cada dia me sinto mais desvalorizado, sinto que meu trabalho não tem nenhum valor.

Continuo sendo massa de manobra, e agora nem consigo planejar minha vida pessoal. Não raras vezes, aparecem escalas especiais no final do expediente. Isso quando não aparecem na sexta-feira à tarde, jogando por terra todo o planejamento que eu tinha feito para o final de semana. Final de semana? Não faço mais planos para ele. Na verdade, não faço planos para mais nada... Só penso na aposentadoria, que ainda está longe, a décadas de distância.

Como forma de “compensar”, costumam me dar um dia de descanso ou um meio expediente. Como se compensasse alguma coisa... A cada dia que não trabalho, a pilha de papéis aumenta em velocidade descomunal. É como um sono perdido; difícil de recuperar. Na verdade, a folga é um engodo, porque, no final, eu vou ter que trabalhar dobrado para dar um fim na papelada que acumulou. Ou alguém se habilita a fazer o meu trabalho?

Essas escalas especiais me deixam indignado. Existe uma norma da corporação de que essas escalas devem ser comunicadas com no mínimo 48 horas de antecedência. Mas parece que trocaram horas por minutos. Eu devo ser um lixo, um bicho sem valor, sem sentimento, sem vida pessoal. E ainda devo dizer sempre muito obrigado, sempre abaixar a cabeça, ser bem disciplinado, só fazer pelo bem da nação, tudo pelo interesse público, tudo o que me for ordenado, para ganhar, da comissão final, um diploma de subserviente e de bem comportado. Eu mereço, tudo vai bem, tudo legal...

Um dia ouvi um companheiro dizendo que não reclamava porque, se não estivesse na corporação, estaria capinando beira de estrada. Não vou dizer que ele está errado, porque cada caso é um caso. Mas minha situação é diferente. Eu abandonei uma Universidade Federal para ingressar na corporação, deixei de lado um futuro promissor. Tentei crescer na corporação. Por duas vezes, quase consegui, mas tive a infelicidade de ouvir que “não fazia nada mais do que minha obrigação”. Agora, não arrisco a minha vida de maneira nenhuma pelo cumprimento da missão. Não arrisco mesmo! Por isso não reclamei quando me mandaram ficar atrás de uma mesa. Não era isso o que queria quando ingressei na corporação. Entrei pela adrenalina, justamente pelo risco. Gostava de sentir o coração batendo mais forte. Mas, na realidade, a adrenalina e o risco andam bem próximos da morte, ainda mais nesse sacerdócio. Vida só se tem uma. Não é como vídeo-game. Passei por situações difíceis. E ainda tive de ouvir certa psicóloga me falar “que não fazia nada mais do que minha obrigação”. Naquele momento, morreu um profissional apaixonado pelo que fazia...

Agora estou eu aqui, sem nenhuma vontade de perder minha vida para cumprir metas nem de me arriscar por uma sociedade que só me critica; agora estou eu atrás de uma mesa e de uma pilha de papéis; estou eu cada dia mais cansado, exausto, sem direito de planejar coisa alguma; esgotado psicologicamente; sem inspiração; um lixo, um verme, um bicho, uma máquina de trabalhar...

Nota: Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, fatos e lugares são frutos da imaginação do autor e usados de modo fictício. Qualquer semelhança com fatos reais ou qualquer pessoa, viva ou morta, é mera coincidência.


"É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença” - Inciso IX do artigo 5º da Constituição Federal.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

10 (dez) mandamentos para criar um marginal

Dia desses, estava ouvindo a Rádio Gospa Mira e ouvi uma palestra do inesquecível Padre Leo na qual ele elenca os 10 (dez) mandamentos que os pais devem observar para que o filho seja um marginal. Saiba:
1 - Dê tudo o que ele quiser.
2 - Ache graça quando ele falar palavrões.
3 - Nunca lhe dê orientação religiosa.
4 - Discuta e brigue na frente dele.
5 - Junte tudo o que ele deixar desarrumado.
6 - Mime-o, superproteja-o e o abarrote de brinquedos e dinheiro.
7 - Aceite ele exigir algo em troca do que fizer, como tarefa escolar, arrumar a cama em que dorme, etc.
8 - Dê-lhe sempre razão, colocando a culpa nos outros. Seu filho sempre tem razão, sempre está certo. Exemplo: Se ele for reprovado na escola, a culpa é da professora.
9 - Seja um pai ausente. Não acompanhe a vida dele.
10 - Não o elogie, não lhe dê carinho e amor.

domingo, 10 de maio de 2009

A dor de uma mãe de policial

Abaixo, uma carta magnífica de uma mãe de policial que perdeu o filho, o soldado Paes, quando este, cumprindo seu dever profissional, tentou evitar um assalto a uma padaria em Sobradinho-DF. Paes era um policial dedicado, exemplar e que amava a corporação. Uma semana antes de morrer, foi homenageado por participar do quadro de ocorrências de destaque. Esta é a emocionante carta que a MÃE dele escreveu para o Comandante Geral da PMDF:

Senhor Comandante,

Sou alguém que certamente não fará parte de seu convívio, pois o liame que nos conectava foi partido de maneira abrupta. Mas a vida é feita de pequenos momentos e pequenos gestos, e mesmo atravessando o mais triste tempo do meu viver, não poderia deixar passar despercebido o seu gesto, que a princípio pode parecer pequeno, mas que para nós da família que estamos vivendo um pesadelo, é muito significativo.

É importante saber que meu filho não foi só um número e um nome de guerra, e que numa instituição hierarquicamente tão severa existe espaço para sentimentos humanitários e fraternais. Que o respeito ao ser humano vem antes das convenções. Perdi, perdi muito, como mulher, como mãe, fiquei mais triste, perdi um filho, vocês também, perderam, perderam um soldado, um guerreiro, que amava esta instituição com todas as fibras de seu ser, pois ser policial não foi um emprego, não foi falta de opções, porque ofereci ao meu filho muitas. Sua meta de vida estava traçada e nada nem ninguém poderia dissuadi-lo.

É gratificante saber que onde ele estiver continuará se sentido orgulhoso de ter feito parte desta corporação. Como ele, ela é feita de homens que respeitam os direitos alheios e mais que isto, são humanos, pois a dureza do dia a dia não corroeu o sentimento de solidariedade e fraternidade que habita em todos vocês.

Simbolicamente ele foi seu filho, porque além de nós, seus pais, nesta vida, ele se submeteu com prazer e devoção apenas a vocês. Meu filho foi muito bem criado, muito bem amado e sempre o ensinei a andar de cabeça erguida, a não se curvar diante de ninguém e que um homem só pode conquistar isto, se for honesto e justo. Estes meus ensinamentos se agigantavam quando ele vestia a farda e saía nas ruas representando esta instituição, porque se somava a ele o fato de não se curvar diante de indignidade, da iniquidade, da injustiça, da babárie. Tenho consciência que eles não mataram o meu filho por ser meu filho, não se mata a quem não tem desafeto e que não dê motivos para tal. Eles mataram aquele que se pronunciou e reagiu, independente das circunstâncias; ele poderia ter se omitido, mas jamais o faria, neste momento ele foi mais seu do que meu.

Eles não mataram meu filho que era policial, eles mataram o policial que era meu filho. Perdi eu, perderam vocês, perdeu o mundo, pois além de tudo que já externei, ele era todo alegria, vivia sorrindo e espalhando amor e simpatia.

Em suma, não poderia deixar de agradecer e render minhas homenagens ao apoio, ao carinho, ao respeito que tiveram e estão tendo pelo meu filho, pelo seu filhinho, sua esposa, pela nossa família, isto não o traz de volta, mas gratifica, conforta e reforça que apesar do que aconteceu ele fez sua escolha de maneira correta, pois fazia parte de um escol de homens de bem.

Talvez este seja o nosso primeiro e último contato, mas ao Senhor e a todos, todos indiscriminadamente, que fazem parte da família do 14º BPM, nosso respeito e nossa gratidão, em meu nome e de toda a minha família.

Milbene da Cunha Paes - mãe de policial militar

O Lado Sombrio dos Games: Jovens Brasileiros Alvejados por Facções Virtuais

🛑 EXCLUSIVO: Como o Crime Organizado Está Recrutando Jovens Através dos Games Online no Brasil 🎮 A nova zona de risco: o universo ...