Comissão especial aprova Estatuto de Controle de Armas de Fogo em substituição ao Estatuto do Desarmamento (Lei 3722/12). Proposta segue para votação em Plenário

quarta-feira, 11 de novembro de 2015



ESTATUTO DO CONTROLE DE 
ARMA DE FOGO



O novo Estatuto de Controle de Armas de Fogo assegura a todos os cidadãos que cumprirem os requisitos mínimos exigidos em lei o direito de possuir e portar armas de fogo para legítima defesa ou proteção do próprio patrimônio. Atualmente, ao requerer o registro, o interessado precisa declarar a efetiva necessidade da arma, o que permite que a licença venha a ser negada pelo órgão expedidor.

Também reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas no País; estende o porte para outras autoridades, como deputados, senadores e agentes de segurança socioeducativos; e retira os impedimentos para que pessoas que respondam a inquérito policial ou a processo criminal possam comprar ou portar arma de fogo.

O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG), para o Projeto de Lei 3722/12 e outros 47 projetos apensados.

Pelas novas regras, para adquirir uma arma de fogo de uso permitido – não restrito às forças de segurança pública – o interessado deve ter mais de 21 anos de idade; apresentar comprovantes de residência e de emprego; e atestar com documentos e laudos de profissionais ou instituições credenciadas ter capacidade técnica e psicológica para o manejo e uso da arma a ser adquirida.

As mesmas exigências valem para aquisição de partes, componentes e acessórios de armas de fogo, bem como de munições, estojos, espoletas, pólvora e projéteis. O texto define o limite máximo de seis armas por pessoa. Atualmente, o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) já prevê essas exigências, mas proíbe a venda de arma de fogo ao cidadão comum com menos de 25 anos de idade.

O único destaque aprovado, de autoria da Rede, mantém a possibilidade de prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, mesmo em caso de legítima defesa.

O substitutivo aprovado determina ainda que pessoas que respondam a inquérito policial, a processo criminal ou que sejam condenadas por crime culposo (não intencional) vão poder comprar e portar arma de fogo. Atualmente, o Estatuto do Desarmamento nega a  posse e o porte de armas nesses casos.

A comercialização de armas de fogo de uso permitido só poderá ser efetuada em estabelecimento registrado pelo Exército Brasileiro, que manterá um cadastro dos comerciantes. É proibida a venda de armas de fogo de uso restrito pelo comércio
.



Novo Estatuto amplia lista de autoridades com direito a porte de arma de fogo 

Estatuto de Controle de Armas de Fogo cria subdivisões de porte de armas, abarcando as várias situações de uso. São previstas a licença funcional; a licença pessoal; a licença para o porte rural; e a licença de atirador e caçador. Essas licenças são pessoais, intransferíveis e válidas em todo o território nacional pelo prazo de 10 anos. Atualmente, o Estatuto do Desarmamento determina que o porte seja renovado a cada três anos.

O texto aprovado proíbe o porte de forma ostensiva, bem como entrar ou permanecer em locais, públicos ou privados, com grande aglomeração de pessoas, como, por exemplo, estabelecimentos de ensino, espetáculos artísticos, comícios, reuniões em locais públicos, estádios, clubes, etc., com exceção de locais dedicados à prática desportiva de tiro.








Texto aprovado permite que policiais civis e militares emitam registro de armas

Uma das principais mudanças previstas no novo estatuto de armas do País é a previsão para que as polícias civis e militares dos estados e do Distrito Federal possam emitir, por meio de convênios, registros de armas de fogo para cidadãos civis, em regime de compartilhamento com o  Departamento de Polícia Federal, que é responsável pelo Sistema Nacional de Armas (SINARM). 
Atualmente, o Estatuto do Desarmamento determina que só a Polícia Federal pode registrar armas de cidadãos civis.

Outra alteração cria o Certificado de Registro e Licenciamento de Arma de Fogo, que passa a ser permanente, em substituição ao Certificado de Registro de Arma de Fogo, que hoje precisa ser renovado a cada três anos.

Gratuidade de taxas

O parecer do relator prevê a gratuidade de taxas necessárias à aquisição da primeira arma e à emissão de certificados necessários ao seu porte para proprietários e trabalhadores residentes na área rural e para os que se declararem pobres.

Estatuto do controle de armas aumenta punição para posse e portes irregulares 
  
O Estatuto do Controle de Armas (PL 3722/12 e apensados) agrava algumas penas atualmente previstas no Estatuto do Desarmamento em relação à posse, ao porte e às demais infrações ligadas a armas de fogo.

O texto aprovado define que a pena para a posse irregular de arma de fogo de uso permitido passará dos atuais 1 a 3 anos para 2 a 3 anos de detenção.
No caso do porte ilegal desse tipo de arma, foi mantida a pena de detenção de 2 a 4 anos para o réu primário, mas aumentada, em caso de reincidência, para 4 a 8 anos de detenção.

O texto introduz, ainda, o dispositivo da escusa absolutória, com o objetivo de isentar de punição por posse irregular de arma de fogo de uso permitido o cidadão flagrado nessa circunstância que for réu primário e possua bons antecedentes.

No caso da posse ou do porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, a pena, que é de 3 a 6 anos de reclusão, foi aumentada para 8 a 12 anos, sendo aplicada em dobro caso a posse ou o porte da arma se destine à prática de outros crimes, consumados ou tentados.

APREENSÃO DE ARMA

Pelo substitutivo, as armas apreendidas e entregues, antes de serem destruídas, serão ofertadas, preferencialmente, a instituições e órgãos públicos, priorizando-se os da unidade da federação onde foi efetuada a apreensão. Atualmente, o estatuto prevê a destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas. 

"É completamente despropositada e irracional a destruição de armas entregues ou apreendidas quando puderem ser perfeitamente aproveitadas por instituições e órgãos públicos”, diz o relator."
                                                         




O QUE MUDA COM O NOVO ESTATUTO DE CONTROLE DE ARMAS




  

VEJA NÚMEROS DO REGISTRO DE ARMAS DE FOGO NO PAÍS

 










Porte para colecionadores, atiradores e caçadores terá regras específicas



O substitutivo prevê regras específicas para a prática das atividades de colecionamento de armas de fogo, de tiro desportivo e de caça.Pelo texto,essas atividades dependem do registro do interessado junto ao Exército Brasileiro, a quem compete a emissão de autorização específica, por meio de Certificado de Registro (CR).
O CR terá validade de cinco anos, renováveis sucessivamente, e será deliberado no prazo de até 90 dias. O porte de arma desse tipo será válido em todo o território nacional e não se vincula a trajetos específicos. 


Tiro desportivo
O treino e a prática de tiro desportivo por menores de 18 anos deverão ser formalmente autorizados pelos pais ou responsáveis e ocorrerão sob  acompanhamento.

Compete ao Exército Brasileiro autorizar o ingresso no País e a saída dele de arma de fogo e munição de colecionadores, atiradores e caçadores desportivos participantes de eventos nacionais ou internacionais, bem como fiscalizar o registro e emitir a autorização para transporte dos respectivos equipamentos para essas hipóteses.


Colecionadores
Os colecionadores com acervo superior a 20 armas de fogo poderão optar pela emissão de registro conjunto. A formação do acervo de coleção pode resultar de aquisições na indústria nacional, no comércio especializado, por importação, entre particulares, por alienação promovida pelas Forças Armadas e Forças Auxiliares, em leilão, por doação, herança, legado ou renúncia de herdeiros.

São vedadas aos colecionadores armas:
automáticas ou longas semiautomáticas de calibre de uso restrito;
 – de uso nas Forças Armadas;
químicas, biológicas, nucleares; explosivas, exceto se descarregadas e inertes;e acopladas a silenciadores ou supressores de ruídos.



Caça e abate controlado
O novo estatuto equipara a atividade de caça ao abate controlado ou manejo de animais nocivos a culturas agrícolas, pecuárias e ao homem. Pelo texto, compete também ao Exército Brasileiro regulamentar os calibres passíveis de utilização para a prática da caça ou abate controlado. Proprietários e trabalhadores residentes na área rural não estão automaticamente incluídos na categoria de caça e abate controlado.


Categorias de Armas
O Certificado de Porte de Arma de Fogo (CPAF) é compatível com as categorias de armas nele especificadas e não mais se refere a uma arma específica, como atualmente prevê o Estatuto do Desarmamento. O novo estatuto classifica as seguintes categorias:curtas de repetição; curtas semiautomáticas; longas raiadas e repetição; longas raiadas semiautomáticas;longas raiadas automáticas; e longas de alma lisa.

Fonte: www.camara.gov.brESTATUTO DOCONTROLE DE ARMA DE FOGO



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2 comentário(s):

Sidnei Almeida disse...

Em 2005, houve o Referendo sobre a liberação de armas, e o povo brasileiro demonstrou que ele quer adquirir e portar armas, e porque ele acha bonito, Não, mas sim por uma necessidade, porque o Estado, Não, cumpre com o seu papel, de manter a Segurança Pública, ou seja, assegurar a segurança(a vida) do cidadão de bem, aquele que recolhe impostos, aquele que mantem a máquina estatal.
Pois bem, o nosso Congresso Nacional, desrespeitou a opinião, a vontade do povo, sendo que os parlamentares estão lá, para cumprir a vontade dos seus mandatários, e não, a sua vontade. O curioso e que a sua Segurança e feita Armada, e se perguntarem para eles o que eles acham de tirarem as armas dos seus Seguranças, eles é claro, não aceitaram, mas daremos a opção de armarem os seus Seguranças de ´´Estilingue``, o que vejo e que o povo e que exploda, mas eles, a família, tem proteção. Não estou dizendo que devemos andar armados como se estivéssemos na guerra, apesar que estamos numa guerra velada(ver as estatística sobre mortes), e o Estado, nega veementemente. Temos direitos a vida, saúde, mas como exercer efetivamente, quando nós, Povo Brasileiro, Não, podemos andar com um simples canivete no bolso, isso sim e que chamo de incoerência, percebam como é que o cidadão de bem, dentro de sua residência, no trabalho, por exemplo, pode se defender, sendo que a efetivação desse direito(a vida), lhe foi tirada, por isso, que vemos milhares de brasileiros morrendo a cada dia sem ao menos, poder se defender de uma injusta agressão( Legitima Defesa).

Anônimo disse...

Talvez o grande problema não seja em se armar a população, mas manter os criminosos encarcerados, conheço casos em que os criminosos são presos duas, dez vezes, vintes vezes, setenta vezes e ainda continuam em meio a sociedade para praticarem crimes, o que deve acabar imediatamente é a impunidade, o cidadão de bem não tem nada a haver com falta de vaga em presídio, ou no processo de ressocialização, o que vemos são criminosos contumazes na prática de crimes sendo soltos, e aterrorizando a comunidade.

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